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Adobe atualiza o Flash Media Server para versão 4.5: Streaming de Flash para iOS e todo mundo.

12 anos e meio atrás

 

A longa e tenebrosa queda de braço entre a Adobe e a Apple pode ter chegado ao fim. Ou quase, mas as prospecções são das melhores.

A Adobe anunciou hoje a versão 4.5 do Flash Media Server, solução oferecida à conglomerados de mídia que fazem distribuição de vídeos no formato pela internet.

Isso quer dizer que os websites poderão oferecer finalmente um conteúdo efectivamente compatível com inúmeros novos dispositivos - incluindo o iOS - através de streaming de dados, ao invés de compatibilidade casada via a instalação de software de suporte dentro dos aparelhos.

A boa notícia é que em um curto período de tempo, resolve-se um problema (e também cria-se outro) em relação ao Flash, onde a principal ocorrência é a não-necessidade de se instalar aplicativos famintos demais para aparelhos de menos.

Digo cria-se outro porque muitos já antecipam um renascimento em massa do banner mutante de propaganda em flash. Mas, vamos deixar a coisa se desenrolar primeiro antes de carregar o pente. Afinal, a notícia não é nada ruim.

Com a atualização, a Adobe chama para si resolver o problema e é o FMS que se vira para descobrir qual é a plataforma que o usuário utiliza e qual codec deve enviar embutido no streaming, na hora, para tocar a mídia.

No mesmo release, a Adobe também anuncia uma nova versão do Adobe Flash Access, uma solução de proteção de conteúdo para a plataforma Android; e também o Adobe Pass, uma solução de autenticação para o sistema de TV Anywhere, utilizada por centenas de provedores de conteúdo de vídeo na interweb.

Discretamente, o release também dá conta da compra da IRIDAS, uma fabricante de ferramentas para graduação de cor e aprimoramento digital de filme digital e vídeo, expadindo o ecosistema de parcerias da empresa.

Um possível final para o embate

O argumento contra a posição da Apple sempre rendeu uma boa peleja. Houvera quem defendesse que o Flash não era assim tão relevante para os usuários de iOS, embora ainda seja o formato uma das pedras fundamentais da internet; pelo menos até que o HTML5 prove que veio mesmo para ficar. Algo que fica agora um pouco mais complicado.

Na realidade, tudo ficou em suspensão quando se conjugava Flash e portáteis na mesma sentença. O iOS não rodava nada de flash porque não queria ficar mais lento ou ficar sem bateria rápido demais e derrubar os argumentos de marketing da Apple. Do outro lado, a concorrência mostrava que não era bem assim e que poderiam existir sim aparelhos com suporte ao Flash com vida útil de bateria e performance à altura de desbancar o argumento.

Aliás, esse é mais um "diferencial" que deve se dissolver rapidamente, uma vez que será possível à virtualmente qualquer smartphone e tablet rodar Flash. O que, por sua vez, inutiliza discursos de propaganda que dizem que para se obter uma experiência total de internet, o consumidor precisa comprar esse ou abandonar aquela opção de compra, encolhendo um pouco a bolha do campo de distorção.

O cenário imediatamente anterior ao anúncio da Adobe posicionava a Apple e o resto do mundo em posições bem distintas de mercado naquilo que se relaciona à navegação pela internet em portáteis.

O FMS 4.5 ainda não muda certas dificuldades com o Flash para websites em geral, por exemplo, como em obstáculos com a integração e o SEO, custos de desenvolvimento, lentidão de navegabilidade, etc. Mas se focarmos única e exclusivamente em transmissão de vídeo online, aí há um bom salto à frente do velho impasse.

Aliás, a culpa por este impasse era sempre do Steve Jobs dizendo que pensando alto, por opção estratégica, não cedia e alegava que a Adobe não era capaz de lhe apresentar um aplicativo capaz de ser bom, rápido e econômico o bastante para rodar no iOS. Os outros fabricantes logo optaram rapidinho por dar suporte ao Flash no Android e assim abocanhar o que pudessem de uma possível vantagem competitiva.

E agora?

Agora a Adobe faz direito e abandona o paradigma de abrir as pernas para todo fabricante que inventar um produto novo e fazer #mimimi contra o seu formato, exigindo versões customizadas, forçando a barra e instalando um caos no desenvolvimento.

Com a opção de "streamar" o conteúdo diretamente nos portáteis, a Adobe mata dois coelhos com uma cajadada só. Primeiro, dá um cala a boca na Apple e traz o Flash para iOS e qualquer outro sem nem sequer instalar nada -- apenas baixar, em tempo real.

Segundo, ela coloca a batata quente na mão dos distribuidores de mídia - e tira a atenção dada aos fabricantes de OS - trazendo para todos eles a responsabilidade de correr e oferecer EM MASSA o FMS, de modo que a sua audiência mobile possa desfrutar do Flash e encerrar o assunto. Há de se ver se isso vai funcionar, mesmo. Parece que sim. Mas, até ai, a Santa Efigênia está cheia de coisas que parecem que... e ninguém quer correr o risco de jogar o 5MTKY na vida real.

O lançamento vai revelar em curto espaço de tempo se uma nova corrida pela oferta do FMS na internet será instalada e pode provavelmente equilibrar o jogo de forças com o HTML5 que, na teoria ganhava disparado do Flash, mas na prática a banda não tocou bem essa música.

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