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O último reforço de Google e Bing: seu círculo de amizades

Google e Bing mostram suas armas para a próxima etapa na escala evolutiva dos buscadores: o componente social.

13 anos atrás

Goste você ou não da Microsoft, o lançamento do Bing chacoalhou o mercado de buscadores, até então perigosamente estagnado graças à hegemonia do Google. Se por aqui o Bing é só um layout mais aprumado para o (ruim) Live Search, nos EUA e alguns outros mercados ele é um buscador novo, totalmente reformulado, com truques e recursos inovadores.

O surgimento de uma alternativa viável ao Google tirou o mesmo do comodismo, fez com que ambas, Microsoft e Google, acelerassem o desenvolvimento dos seus produtos. E isso é bom, para todo mundo, até mesmo para quem não vê essa briga de perto — no Brasil o Google ainda reina soberano. Bom para nós porque, mesmo com o Bing capenga, melhorias feitas nos EUA, vez ou outra, respingam por aqui.

Pesquisa social: a nova onda dos buscadores.

Pesquisa social: a nova onda dos buscadores. (Imagem por A Beginners Guide To Social Media)

A última batalha entre Bing e Google é no campo social. Após muitos investimentos na melhoria dos algoritmos que ordenam os resultados das pesquisas, ambas constataram que a próxima grande onda é incluir, nesses mesmos resultados, o conhecimento coletivo de quem você segue em redes sociais.

Desde 2009 o Google oferece, somente na versão americana, o Social Search, componente que traz para as buscas conteúdo compartilhado e/ou gerado por seus contatos em sites como Twitter, Flickr e Blogger. Demorou, mas finalmente essa característica será liberada para novos mercados — 19 outros idiomas, segundo o blog oficial do Google.

(O Google +1, que ainda não disse a que veio, também será trazido para outras versões do Google em breve.)

É bastante curioso o timing desse anúncio. Alguns diriam até que é uma resposta imediata a outro anúncio, esse do Bing, feito no início da semana: o da integração profunda com o Facebook.

Ambas, Microsoft e Facebook, têm um bom histórico de cooperação e trabalho conjunto. O Bing Maps move o Locais, serviço de check-in/geolocalização do Facebook; a própria Microsoft possui uma parcela pequenina do Facebook, adquirida a custosos US$ 240 milhões, na época em que a maior rede social do mundo era avaliada em US$ 15 bilhões — hoje, já há análises apontando valor de mercado na casa dos US$ 100 bihões.

O namoro entre Bing e Facebook deu um passo adiante. Agora, quando o usuário conecta suas contas (Windows Live ID e Facebook), vê, no Bing, uma multiplicidade de interações do Facebook permeando os resultados das suas pesquisas. A brincadeira vai além de simplesmente exibir links recomendados, ou "curtidos", dos seus contatos; a Microsoft exibe, por exemplo, os posts mais "curtidos", por todo mundo, de determinados sites; exibe, em pesquisas por locais (países, cidades, estados), amigos que moram na região; traz, nas buscas por pessoas, um resumo do perfil delas no Facebook. São várias novidades, todas muito interessantes.

Mesmo restrita apenas a uma rede, a integração entre busca e círculo social do Bing é mais... inteligente. Ela segue o mantra do próprio Bing, ou seja, contextualiza a interação de acordo com o que o usuário procura, implementa a há muito ansiada busca verticalizada.

Como pano de fundo para essa briga, acusações de que o Facebook teria contratado uma assessoria para "expor" práticas contra a privacidade dos usuários por parte da Google. Mais um ingrediente para apimentar de vez áreas que já estão fervendo por si só.

Em paralelo aos avanços, significativos e válidos, entra sempre a questão da privacidade. Oferecer mecanismos que utilizem o conhecimento coletivo para melhorar os resultados das pesquisas é bastante válido, mas sendo compulsório (começando errado), deve haver, no mínimo, um opt-out simples e fácil de ser feito. O Bing mostra como fazer no post-anúncio da integração com o Facebook, ainda que na prática, ao menos comigo, não tenha funcionado; o Google, aparentemente não. Para os defensores da privacidade online, é mais motivos para bater nesses gigantes.

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