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Haters Gonna Hate: Sony Ericsson do Luan Santana

13 anos atrás

Photo abr 15, 12 45 19 PMA notícia em si tem tudo para causar urticária no leitor típico do MeioBit, não exatamente adepto do estilo Sertanejo Supletivo Universitário de Luan Santana.

O aparelho também não é o perfil de nossos leitores, cujo celular ideal é seu iPhone ou o Android que virá para destruir a maldita Apple de uma vez por todas. È um W100, com Bluetooth, câmrea de 2MP, sem WIFI, sem 3G, rodando SO proprietário.

O aparelho virá totalmente customizado, o que deduzo signifique wallpapers, ícones e caixa. Também terá cinco músicas inéditas do.. cantor. Ah, um cartão postal “autografado”.

Ainda está aí? Então vejamos o motivo de ser uma excelente sacada:

Isso vende. Por R$299,00, divididos em uma infinidade de prestações no carnê o aparelho é decente e bonito, se você fizer parte do enorme público que consegue ser feliz sem smartphone. É a versão local do Spiro, imagem mostrada aqui para poupar você, nobre leitor de mais Luan Santana do que o necessário:

 

W100

O fenômeno em si não é novo, neste artigo aqui o Ghedin já discorreu sobre celulares “patrocinados’, nomenclatura que considero inexata.

O que temos são celulares “de grife”, onde nomes de apelo popular são associados a aparelhos, fornecem algum conteúdo premium e assim se diferenciam da concorrência sem ser por méritos técnicos ou financeiros.

É uma estratégia válida. Em conversa com engenheiros da LG descobri que o ridicularizado LG Prada e todos aqueles celulares Louis Vuitton ridiculamente caros vendem que nem água na Coréia.

O consumidor de lá não está nem aí pra tecnologia, um celular vir com Stargate portátil não é mais que a obrigação, ter um recurso a mais ou a menos não dão status, é como câmera, que hoje mesmo no Brasil qualquer isqueiro tem. O celular coreano deixou de ser um símbolo de status e passou a ser um ítem do dia-a-dia. Assim ter um celular não quer dizer nada, quem precisa se exibir (e toda japinha coreana precisa) tem que buscar… grifes.

No Brasil o fenômeno é semelhante, mas ocorre no extremo oposto da pirâmide social. As classes de baixa renda querem algo que as aproxime de seus ídolos, mas não podem comprar o iPhone e o Blackberry que seus astros usam. Quando sai um produto autorizado e assinado por eles, entra em ação toda uma situação de proximidade, o fã compra o produto, muito mais pela assinatura do que pelo conteúdo em si.

Se nós, produtores de conteúdo online fossemos menos orgulhosos e elitistas estaríamos explorando esse filão, criando sites para aparelhos temáticos, agregando fãs com dúvidas e sugestões, estimulando troca de conteúdo e principalmente ganhando dinheiro.

Entender que existem vários nichos de consumo é essencial para posicionar seu produto, é preciso aceitar a realidade: Você NÃO vai agradar todo mundo. Todo produto criado para agradar “dos 8 aos 80” é um fracasso na demografia que vai de 9 a 89.

Do contrário cria-se uma elite elitista (sim, é isso mesmo) que torce o nariz pro Luan Santana enquanto produto e faz piadinhas de iPad nas Casas Bahia, mal sabendo que sim, eles vendem iPads.

PS: Para quem não conhece, Luan Santana: Na foto abaixo, fazendo Invisible Hover Hand com Gil Barros, sócia da MobiU. A Gil é a moça da direita.

linnnndooooooooo

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