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Senado Federal lança App de iPhone com custo de desenvolvimento recorde (pra baixo)

13 anos atrás

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Blogueiros - EU, Gabriel Leite, Sam Shiraishi, Inagaki, Gregori Pavan, Paulo Lima e Rodrigo Tebaldi – imagem: Agência Senado

 

Existe uma realidade cruel: A classe política se distanciou tanto da realidade da população, criou tanta desconfiança que o povo se mantém afastado. “Não gosto de política” é algo raramente questionado. Mesmo que um Senador queira se aproximar e ouvir seus eleitores, será recebido por desconfiança e cinismo. 99% das vezes justificado, mas cruel para o 1% bem-intencionado. Isso a longo prazo será péssimo para a nação e a democracia.

Mas chega de falar da Roma Antiga.

O problema hoje se agravou. Com o desenvolvimento dos meios de comunicação e hoje as redes sociais, esse distanciamento deixou de significar isolacionismo. A sociedade tem uma capacidade de organização e mobilização nunca antes vista. Isso funciona numa Líbia, num Egito ou pra colocar a tag #forabolsonaro” nos Trend Topics do Twitter e assim acabar com o racismo e a homofobia no Brasil até quinta, porque sexta tem chopp.

Adicione a isso o agravante da mídia não cobrir nenhuma atividade política não-polêmica. Os projetos parecem cair do céu, mesmo que levem anos tramitando no Congresso, só são “descobertos” pela mídia quando chegam na reta final. Os projetos de interesse público, se não forem polêmicos ninguém divulga. Exemplo? O Dep Federal Alessandro Molon tem um  Projeto de Lei que proíbe operadoras de celular de enviar SMS de propaganda sem autorização e outro que revoga a proibição de criação de Lan Houses perto de escolas. Você sabia disso? Nem eu, descobri agora.

A Sociedade NÃO pode se dar ao luxo de ignorar o que acontece nos meandros do Poder Legislativo. E o Poder Legislativo não pode se dar ao luxo de ignorar a sociedade, do contrário as reações acabam sendo extremadas, o que não é bom pra ninguém. Exceto para o Nicholas Cage

No começo da semana eu e outros blogueiros atendemos a um convite do Senado Federal para conhecer os trabalhos da área de comunicações e presenciar a cerimônia de lançamento da App de iPhone desenvolvida internamente. Eu me assustei com o que vi.

 

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A estrutura de comunicação é imensa, com tudo acontecendo ao mesmo tempo. Há o canal que todo mundo conhece, a TV Senado, mas na Internet são CINCO, todos transmitindo ao vivo. Nas redes sociais são várias contas de Twitter, Facebook, blogs, Flickr e canais do YouTube. A blogueira/Youtubeira entusiasta é a jornalista com mais tempo de casa, são 40 anos de serviço público e correndo de um lado pro outro com uma flipcam, dirigindo entrevistas e nem cobrando R$1250,00 por minuto, né Bethânia?

A idéia da App de iPhone é ampliar o alcance do site do Senado, facilitando a vida de quem quer se manter em dia com o que está acontecendo lá.

 

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É chato? É. Quem não foi mordido por um advogado radioativo (existe outro tipo?) não se diverte lendo Projetos de Lei. Só que é necessário. É preciso PELO MENOS estar ciente de que Leis que nos afetam diretamente estão sendo votadas. É preciso acompanhar os parlamentares, não no sentido de patrulha, com o histerismo “mimimimi o dinheiro do povo” que ouvi quando comentei que vi alguém no Senado com um iPad. Temos que acompanhar para exercer Cidadania, saber o quê está acontecendo.

É pedir demais cinco minutos por dia, no metrô, na via pública ou na privada você ler rapidamente a pauta do dia e descobrir o quê seus Senadores estão tramando articulando discutindo?

A App do iPhone do Senado cobre isso. É uma versão inicial, ainda há muito a aprimorar, mas o esqueleto está pronto, as funções principais estão lá e é até possível buscar Senadores por Estado e tentar lembrar em quem você votou. (não me culpem, em votei em Baltar)

Limitações

A App não é, ironicamente, voltada para redes sociais. O portal de notícias da Agência Senado já tem integração até com WordPress, mas a App ignora a existência delas. Isso faz com que a reverberação do conteúdo seja virtualmente eliminada. É uma tendência infelizmente comum, integração com redes sociais é sempre feature “desejável”, quando deveria ser obrigatória.

A parte multimídia também é limitada. Não há busca por conteúdo antigo. Minha percepção é que o foco foi em texto e em conteúdo instantâneo. Pelo que andei conversando a versão para iPads e tablets Androids irá contemplar essas áreas.

 

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Em sua versão 1.1 ela funciona em iPhone, iPod Touch e iPad.

Agora o melhor: O custo da aplicação foi de US$99,00, a taxa que a Apple cobra anualmente para desenvolvedores. Toda a programação foi interna, feita pela equipe do PRODASEN, com consultoria gratuita do pessoal do Banco do Brasil, que já tinha know-how programando para iPhone.

A versão específica para iPad também está a caminho.

Como? Não, meu amigo Livre, não esqueceram de você. A versão Android está sendo finalizada e chegará ao Android Market em breve. Também já há negociações em andamento para uma versão BlackBerry. Me perguntaram sobre Symbian. Triste com a incumbência, comuniquei do falecimento.

As plataformas não contempladas podem acessar com boa desenvoltura o site mobile da Agência Senado. Provavelmente pedindo com jeitinho até liberam os XMLs para você montar uma webapp não-oficial para Maemo ou Pfftt.. WebOS.

Onde Baixar: Daqui, direto do iTunes

 

O MeioBit agradece o convite da Secretaria Especial de Comunicação Social do Senado e parabeniza a equipe pela ralação, eficiência e esforço, foram excelentes anfitriões. Também entendemos essa oportunidade como um reconhecimento da qualidade e seriedade de nosso trabalho.

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