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Primeiro Blogueiro Profissional pede as contas

18 anos atrás

Jason Kottke é uma espécie de Pai Espiritual do Interney e de um monte de gente que se dedica a ganhar dinheiro produzindo conteúdo na Internet. Agora, segundo matéria do TechCentral, depois de algum tempo blogando profissionalmente, Kottke pediu as contas. Mesmo listado como o 21o site mais visitado da Internet, financeiramente o Kotkke.org é um fracasso. Seu retorno em doações, totalizando US$39.900 pode parecer muito para mim ou para você, mas lembre-se, estamos falando de mercado americano. Segundo a Certification Magazine, um profissional de informática com certificado do Linux Professional Institute ganhava em 2004 US$71.300 anuais. O salário médio do profissional de TI nos EUA à época era de US$63.280.

O que isso significa para o blogueiro, o empreendedor e o jovem candidato a Bill Gates que pensa em iniciar seu Império Online?

Nada. Kottke tentou criar um modelo 100% baseado em doações, seu site não tem um banner de publicidade sequer, é como montar um show do U2 e ao invés de cobrar ingresso, deixar uma jarrinha de gorjetas no portão de saída. Teremos 4 tipos de gente passando pelo portão:

  • Vou deixar um qualquer, eles foram bons
  • Não vou deixar nada, eles são ricos, olha o tamanho do show
  • Que vergonha, um grupo desses pedindo esmola. Não vou dar não
  • Estou sem trocado, amanhã mando um agrado pra eles

No Brasil a 2a e a 3a opções são as mais comuns. Nos EUA, a 2a e a 4a predominam, embora a quantidade de gente que exerça a 1a seja bem razoável. Boa o bastante para render US$39.900 ao ano, mas irrisório diante do ganho potencial dos anúncios.

É ingenuidade botar um site no ar achando que irá sobreviver da boa vontade alheia. Kottke foi vítima ou do próprio ego ou de uma fase Polyanna, acreditando que sua legião de fãs não o deixaria só.

Não é assim que o mundo funciona. É muito mais fácil você ganhar um clique de publicidade em um link que anuncie um produto pertinente ao assunto e interessante ao visitante, do que este dispor de meios de micropagamento, motivação e impulso para clicar no link "Doe Aqui".

Kottke poderia ter seguido outro caminho; o do conteúdo Premium, mas isso é assunto para outro artigo. Digamos que, no Brasil ele não está sozinho. Há uma boa quantidade de Blogueiros Ideológicos, que se recusam a exibir publicidade, mas não são ProBloggers, no momento em que você banca os custos de uma publicação, sem buscar retorno financeiro, não é uma publicação profissional. Ou é hobby ou terapia.

Curiosamente um dos últimos a aderir à publicidade online foi Marco Aurélio, do Jesus, me Chicoteia. Só que no caso dele os anuncios contextuais do Google são um tiro pela culatra. Nada mais distante de seu público do que os banners escolhidos pelo adSense, que pelo visto não sabe reconhecer ironia.

Ao candidato a ProBlogger, fica a dica: Não tenha vergonha de veicular publicidade. Uma página "limpa" é muito bonita mas no fim do mês quando o "seu" Barriga vem cobrar o aluguel, quer é dinheiro.

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