Rodrigo Ghedin 06/01/2011 às 20:33
Não era segredo algum de que, nesse ano, os tablets seriam os protagonistas da CES. Confirmando as expectativas, as pequenas máquinas, com telas que vão de 7" a 12,1", roubaram a cena. Diversos modelos de vários fabricantes foram mostrados, Google e Microsoft apresentaram suas armas para acabar com a hegemonia da Apple, e vive-se, lá pelo menos, um clima de que, em pouco tempo, os tablets serão a principal ferramenta da computação pessoal.
A Forrester liberou uma atualização nas projeções de consumo dos norte-americanos para 2015. Nesse ano, segundo a consultoria, os tablets serão os produtos mais vendidos, à frente dos notebooks e desktops, ambos em decadência em comparação a 2010, e dos netbooks, que, surpreendentemente, serão mais vendidos do que são hoje. Coisas de um novo nicho que nasceu forte.
É difícil apontar quem, no lado do software, criou mais expectativa antes do início da CES 2011. De um lado, a Microsoft chegou com um ar de "mais do mesmo", repetindo o discurso de 2010 de que o ano será dos tablets. Do outro, a Google com seu aguardado Android 3.0, feito com tablets em mente e com uma lista enorme de fabricantes salivando para colocar no mercado modelos atualizados.
Ambas fizeram o que era esperado: apresentaram suas crias. O fato da da Google ser realmente nova talvez penda a balança para ela, mas a proposta da Microsoft, que, segundo Steve Ballmer, quer colocar o Windows em todo quanto é lugar, também é interessante.
Mas vamos colocar tudo em pratos limpos, passando pelo que de principal aconteceu na CES quando o assunto foi tablets.
Não é mais segredo, o vídeo apareceu:
O Android 3.0 ratifica as palavras de executivos e entusiastas: é o Android feito para tablets. Aproveitando melhor o espaço das telas maiores que as dos smartphones, a interface foi redesenhada e aparenta entregar uma experiência mais agradável que a do "FroYo esticado". Diversos aplicativos da própria Google foram refeitos, explorando as polegadas extras, e está tudo muito bonito e funcional — ao menos no vídeo demonstrativo, o que, nem sempre, reflete a realidade.
Ah, e uma atualização: não há requisitos mínimos para essa versão, ao contrário do que rumores indicavam. Palavra de Dan Morrill, gerente do programa de compatibilidade & open source do Android.
O carro-chefe dessa nova leva de tablets rodando Android 3.0 é o, agora batizado, Xoom, da Motorola. Tela de 10,1", movido por um NVIDIA Tegra 2 de 1 GHz e com duas câmeras, é a consolidação de tudo o que se espera de um tablet top de linha com Android. E o melhor: nossos camaradas do Zumo conversaram com Sérgio Buniac, VP de Produtos Móveis de Motorola Mobility no Brasil, que garantiu que o Xoom chega aqui, no Brasil, em abril. Nada de preços, porém, foi dito.
Outro player de peso, a ASUS mostrou quatro tablets na CES, três deles movidos a Android.
O Eee Pad MeMO é o menor deles, com tela de 7" e acompanhado de uma stylus (não se engane, a tela é capacitiva). Pela leveza, finura e "pegada", leva o maior jeitão de ser o bloco de notas do século XXI.
Já o Eee Pad Slider é um tabletmaior, com tela de 10,1" e um segredo na sua base: um teclado completo, do tipo "chiclete", deslizante.
Por fim, o Eee Pad Transformer, também de 10,1", que à primeira vista parece um tablet tradicional (e de fato é), mas que pode ser acoplado a uma base com teclado e transformar-se num netbook Android.
Quem esperava um Windows específico para tablets, ficou a ver navios. A Microsoft anunciou, sim, que o Windows 8 rodará em processadores ARM, mas isso é coisa para 2012, no mínimo. Hoje, a proposta da gigante de Redmond é o bom e velho Windows 7.
Algumas parceiras apresentaram tablets, no mínimo, diferentes movidos a Windows 7. Acer, Samsung e ASUS mostraram que quem for de Microsoft no segmento dos tablets simplesmente não curtiu muito a ideia do iPad, querem um sistema completo e formas de trabalhar produtivas e confortáveis.
O Dual-Screen PC, da Acer, já foi visto anteriormente. Tem o form factor de um notebook comum, mas é composto por duas telas sensíveis a toques, uma no local tradicional, outra onde deveria estar o teclado e o trackpad. Quer eles de volta? Arraste os dez dedos nessa tela e ambos aparecerão.
Já o PC 7 Sliding Series, da Samsung, pega carona na ideia do ASUS Eee Pad Slider, escondendo um teclado deslizante na parte inferior.
O dito tablet mais poderoso do mundo é o ASUS Eee Slate EP121. Com processador Core i5 470UM e até 4 GB de memória, é mais do que capaz de rodar o Windows 7 sem sustos. Já está em pré-venda na Amazon, pela bagatela de US$ 999.
Não podemos nos esquecer do PlayBook, o tablet da RIM. Software robusto e construção aparentemente bastante sólida (tão fino!), além da confiança que a empresa por trás do BlackBerry oferece. Um hands-on, para fechar:
Quem esperou que 2010 fosse o ano dos tablets e se decepcionou como a hegemonia incontestada do iPad, tem motivos de sobra para crer que, dessa vez, vai. Diversos fabricantes, software disponível e consumidores ávidos por comprar formam a combinação perfeita para a explosão de um novo nicho de mercado.