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Celulares "patrocinados": essa moda pega?

Celulares patrocinados, com grandes marcas sevindo de chamariz, já existem aos montes. Confira uma seleção deles, analisada e comentada.

13 anos atrás

Mesmo destratados por algumas fabricantes e tendo que enfrentar a ganância das operadoras, celular no Brasil é sucesso. Já ultrapassamos a barreira do 1 para 1 na relação aparelhos e cidadãos, e a tendência é que esse aquecido mercado continue quente pelos próximos anos.

Ninguém quer perder uma fatia desse mercado, mas dada a concorrência ferrenha, é preciso reinventar-se a todo momento. Então, se você é uma fabricante mundial, o que faz? Lança bons aparelhos a custos acessíveis? É uma boa opção. Mas existem outras, mais baratas e de gosto duvidoso, como lançar celulares "patrocinados", associados a marcas conhecidas.

Esse fenômeno, pelo que consta, é bastante recente. Nas conversas que nós, da equipe do Meio Bit, tivemos nos bastidores, conseguimos levantar quatro modelos, e também desse papo surgiu a ideia de analisá-los. Preparem-se para o freak show.

Celular do Pânico na TV!

Celular do Pânico na TV

Freddy Mercury Prateado, Amaury Dumbo, Silvio, Vesgo... quem mais? Os personagens do humorístico da Rede TV! são famosos, e aproveitando-se desse sucesso, Emílio Zurita e sua trupe colocaram no mercado um modelo personalizado.

O grande diferencial do aparelho, baseado num modelo da LG de baixo custo, é o conteúdo exclusivo do Pânico, entregue via software desenvolvido pela MobiU e, segundo consta, atualizado com frequência.

O modelo no qual ele se baseia é o LG GB230, simples de tudo, com rádio FM, câmera de 2 MP, MP3 Player e SD card de 1 GB. Sem o Pânico, ele sai por, em média, R$ 290. As piadas do programa acrescentam algumas dezenas de reais ao preço: R$ 329. Segundo nossos amigos do Gizmodo, ainda existe outro modelo, o GB290, que também é vendido com a camada de Pânico. Esse sai por R$ 379.

Celular da Seda

Sem mal entendidos aqui: a "Seda" é aquela marca de shampoo, não o bicho da seda.

Esse exemplo é, talvez, o mais antigo da lista, não sei precisar se ainda é comercializado. A parceria entre Seda e Nokia rendeu dois filhotinhos, um deles esse sobre o qual falamos agora.

Diferenciais? Conteúdo da marca, embalagem especial com material da Seda, aplicativo mkut, para acesso ao orkut, pré-instalado e três músicas da Madonna na memória.

Nokia 5310 XpressMusic by Seda.

Tirando a espuma, digo, as personalizações da Seda, o que temos é um Nokia 5310 XpressMusic, um dos modelos de entrada da linha especializada em música da fabricante finlandesa. Hoje, ele é ser encontrado por até R$ 340, mas como nossa referência é da época em que o aparelho da Seda foi lançado (~2008), qualquer comparação de preço seria injusta — na época, a versão especial do shampoo custava R$ 699.

Celular do Toy Story

Nem Woody e Buzz escaparam dessa. O cowboy é a grande atração da edição especial da Samsung baseada no (sensacional) último Toy Story.

Samsung C3300K Beat Mix especial Toy Story 3

De acordo com as explicações da sábia Lu, o celular vem com wallpapers e outros frufrus baseados na animação da Pixar, mais um jogo e, isso sim é vantagem, um boneco do Woody!

Mas, na real, qual é a desse "celular de brinquedo"? É um Samsung C3300K, ou "Beat Mix", que consegue a façanha de ser mais simples que os Corby da vida. Tela de 2,4" sensível a toques (porém resistiva), câmera de 1,3 MP, Bluetooth e integração com redes sociais. No pacote Toy Story, um SD card de 1 GB está incluso.

Preço? R$ 379. Mais ou menos o mesmo do modelo "puro", sem temática. Ah, e enquanto pesquisava, descobri que existe uma versão para meninas, a "Princesas Dreamland". Mais informações no site da Samsung.

Celular da M&M'S

ESSE tinha potencial! Quando li o título do press release, pensei: "opa, compre o celular, ature as propagandas disfarçadas de conteúdo, mas ganhe uma tonelada de M&M'S!". Infelizmente, a alegria durou pouco.

Novamente a MobiU responde pela camada de software personalizado do modelo que só será comercializado nas Lojas Americanas. A parceria é com a Sony Ericsson, e o feliz comprador leva, além de wallpapers, ringtones e etc., adesivos para "personalizar" o aparelho e nove receitas que levam M&M'S na composição. (Aliás, dica para os fabricantes: celular Dona Benta já!).

O modelo é baseado, aparentemente, no Sony Ericsson Spiro, por aqui conhecido como W100. Segue a linha dos demais: básico até a medula. Câmera de 2 MP, conectividade Bluetooth, rádio FM e fica nisso. O preço sugerido é de R$ 349, o mesmo praticado por várias lojas na versão "pura", embora essa seja encontrada por até R$ 299, com alguma pesquisa.

Conclusão?

Deve haver público para justificar essa avalanche de modelos "patrocinados". Na realidade, as marcas famosas servem apenas de ofuscar o apelo simplório dos modelos vendidos, tirando o foco das especificações e jogando-o na marca parceira, o que funciona com muita gente.

Felizmente, os preços não são muito diferentes das versões normais dos mesmos aparelhos, situação que joga para o consumidor a opção de escolher entre um e outro, sem ter prejuízo.

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