Meio Bit » Arquivo » Games » Alan Wake, quando a história supera a jogabilidade

Alan Wake, quando a história supera a jogabilidade

Confira nossa análise do jogo Alan Wake, exclusivo do Xbox 360.

13 anos atrás

dori_ala_11.10

Se você já leu algum livro do Stephen King, provavelmente conheceu algum personagem que é um escritor renomado que passa por uma entressafra criativa e por mais clichê que possa parecer, não há maneira melhor de descrever o jogo Alan Wake, exclusivo para Xbox 360, do que como uma versão interativa das histórias de King. De fato, a primeira coisa que ouvimos ao iniciar o jogo é o nome do rei do terror, quando o protagonista, que também é um autor de contos do gênero diz que certa vez o criador do Iluminado escreveu que “os pesadelos existem fora da lógica e não há diversão nenhuma nas explicações; elas são antitéticas à poesia do medo”.

Por falar em referências, elas serão feitas durante todo o jogo, seja com um policial que insiste em chamar Alan por nomes de escritores famosos, seja pelos pássaros que logo nos remetem a Alfred Hitchcock, pelo clima muito parecido com o da antiga série Twin Peaks ou mesmo pela homenagem a antigos trabalhos da própria produtora, como citações à mitologia nórdica ou sequências em que “flutuamos” através do pesadelo do personagem. Dentro do jogo ainda podemos assistir uma série muito parecida com a Além da Imaginação ou conhecer um senhor cujo sobrenome é Maine, cidade estado onde vive Stephen King e que serviu de cenário para vários de seus livros.

Mas voltando um pouco à história, é neste ponto que o jogo brilha. Tudo começa quando Alan está indo passar férias na bela cidade de Bright Falls a convite de sua esposa. O que ele não sabia é que Alice queria o levar para o lugar para que ele voltasse a escrever, algo que vem atormentando Alan há muito tempo. Ao chegar no lugar eles se instalam numa cabana a beira de um lago e logo a mulher desaparece de forma misteriosa e embora o enredo seja um pouco manjado, é a forma como ele se desenvolve que merece elogios, algo digno dos melhores filmes de suspense.

A produtora conseguiu fazer com que o desenrolar da trama tenha algumas reviravoltas, quase nunca deixando muito claro o que está acontecendo e sempre nos instigando a jogar um pouco mais. Na minha opinião o trecho final poderia ser um pouco menos… sobrenatural, mas gostei do final dúbio, mesmo tendo sentido falta de um desfecho para alguns personagens chaves, embora digam que muitas perguntas são respondidas ao jogarmos as duas expansões.

dori_ala_11.10Uma decisão de design que achei muito interessante e que contribui para o clima de suspense foi eles terem dividido o jogo em episódios, assim como uma série para TV, com direito a “Anteriormente, em Alan Wake” e tudo o mais.

Passamos para a parte técnica e então o belo trabalho da Remedy escoa pelo ralo. Alan Wake possui cenários muito bonitos, mas tanto a movimentação dos personagens quanto a animação facial são um desastre. Sua jogabilidade também não ajuda e é muito simples, não podendo ser considerada um total fracasso pelo bom uso da mecânica de iluminação, obrigando que usemos a lanterna ou outros focos de luz para que os inimigos fiquem vulneráveis. Felizmente a parte sonora não merece ser criticada, com músicas muito boas e efeitos sonoros que aumentam a tensão.

É uma pena que tanta demora tenha criado uma expectativa muito grande nos jogadores e que a desenvolvedora não tenha conseguido entregar um jogo mais do que bom, mas a história muito bem contada faz com que mesmo assim este seja um jogo altamente recomendado, principalmente para quem gosta de um bom suspense ou procura um jogo de terror decente.

Machinima Alan Wake — Accolades Trailer [HD]

relacionados


Comentários