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E agora, Symbian?

Quo vadis, Nokia?

13 anos atrás

Eu gosto da Nokia. Prefiro a Sony Ericsson, mas gosto da Nokia. Uso um Motorola, mas gosto da Nokia. É do Symbian que não gosto muito. Sei que o Ghedin vai bloquear meu acesso como editor, mas o que posso fazer? Gosto não se discute.

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Aliás, há muita gente por aí que também anda desistindo do sistema da Nokia. Pelos últimos dados do Gartner Group (trimestre passado), apesar do Symbian ainda estar à frente da concorrência, com 41,2% do mercado de “smartphones”, a presença do Android já é preocupante: 17,2%. Pouco? Nem tanto, se olharmos para os dados de um ano atrás: Symbian com 51% e Android com 1,8%.

A Nokia, que não é boba nem nada, até tentou usar a boa-vontade da sua forte comunidade (parabola non grata por aqui, ultimamente) disponibilizando o código-fonte da sua pequena jóia. Mas, como a História tende a se repetir, quando a coisa chega a esse ponto, já é hora de procurar alternativas. Tanto é verdade que a Symbian Foundation, responsável por gerenciar o desenvolvimento do sistema parece já estar com os dias contados. Ainda houve um anúncio de corte de 1800 colaboradores da empresa, a maioria do time de “smartphones” Symbian, além do cancelamento do Symbian^4.

O que resta à nossa pobre(?) fabricante japonesa(??)? Rezar para que todos esperem pelo lançamendo do seu novo sistema operacional (GNU/Linux®-like) MeeGo? Vejamos: juntar esforços com a Sony Ericsson e Samsung (entre outras) que utilizavam o sistema, não deu certo (todas já avisaram que não pretendem lançar novos produtos Symbian). Se juntar com a Intel e mesclar dois produtos feitos para públicos diferentes é, no mínimo, acreditar na boa sorte.

É difícil, mas como a Palm conseguiu, com o webOS, quem sabe? Meu medo é que o novo sistema seja tão relevante quanto o Bada.

No entanto, a Nokia tem um trunfo: desde que comprou a Trolltech (e seu ambiente de desenvolvimento Qt), não importa muito o sistema operacional do celular. O mesmo programa, feito em Qt, pode ser compilado para diferentes plataformas, mantendo o mesmo “look & feel”, sem nenhuma mudança no código. Inclusive, a empresa já avisou que este será seu ambiente-padrão de desenvolvimento.

A encruzilhada da Nokia é essa: com o Symbian respirando por aparelhos (puxa, que trocadilho, Batman!), o MeeGo a meses de distância e celulares Android comendo seu mercado a garfadas, o melhor a fazer é esperar e fingir que a roupa do Rei é linda? Introduzir uma nova linha, com Android ou Windows Phone 7, mas com “cara” de Qt?

Ter um sistema operacional “de terceiros” significa voltar a ser apenas uma fabricante de aparelhos. Por outro lado, produzir seu próprio SO significa ter um imenso leque de opções e oportunidades de negócio. Considerando de onde o “grosso” do lucro vem (telefones mais simples, sem capacidade de rodar aplicativos de terceiros), talvez o melhor fosse mesmo voltar a ser apenas a maior fabricante mundial de celulares.

(??) Eu sei, eu sei…

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