Fotografia para deficientes visuais

É isso mesmo meus amigos. Deficientes visuais também podem ser fotógrafos e alguns já estão fazendo até trabalhos profissionais. Admito que a primeira vez que ouvi falar sobre o tema fiquei meio estarrecido. Como assim fotografar sem ver? Nessa época eu era inocente e não entendia que para haver fotografia é necessário apenas sentimento e luz. Você não precisa ver a luz, mas ela tem que existir.

É nessa perspectiva que fiquei feliz ao saber do curso para deficientes visuais promovido pela Fundação Stickel em Brasilândia, zona norte de São Paulo. As aulas começam no dia 25 de outubro (segunda-feira) e o curso é aberto para pessoas com deficiência visual e para pessoas sem deficiência visual. Enquanto os deficientes aprendem a fotografar, os outros aprenderão técnicas especiais para descrever a foto para o autor. Já participei desse tipo de experiência e garanto que é muito gratificante.

Duas coisas são interessantes nesse curso. A primeira é que um dos professores do curso é Teco Barbeiro, fotógrafo e jornalista que também é deficiente visual. Recentemente, ele fotografou a campanha da Associação Desportiva para Deficientes (ADD) e vai ensinar a como fotografar usando os outros sentidos e também vai mostrar que a fotografia é uma forma de inclusão social. A segunda coisa bacana é que as fotos não ficarão apenas na descrição. Algumas serão impressas em um novo método de alto relevo, para que aqueles que não podem ver possam sentir com o tato as suas fotografias (caraca, queria estar lá).

O curso, que faz parte do projeto “24 horas de Olhar Universal”, vai se estender até 20 de dezembro e vai se realizar nas dependências didáticas da Fundação Stickel, na Casa de Cultura da Brasilândia (Praça Benedita Cavalheiro s/nº), com no máximo 16 alunos e as inscrições podem ser feitas no próprio local ou na Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 - Portão 10, Barra Funda).

Fonte: Portal Photos