Marcellus Pereira 13 anos e meio atrás
Vira e mexe, nós aqui do Meio Bit especulamos sobre um possível embate entre Intel e ARM. Até alguns devaneios sobre a possibilidade de rodar Windows sobre o ARM já apareceram. Mas um ponto decisivo ainda não foi completamente elucidado: afinal de contas, em relação aos chips x86, quão rápido é um ARM?
É uma pergunta complicada, claro. Comparações de velocidade entre plataformas diferentes podem ser bem difíceis de se fazer. Confiabilidade, então, depende do humor de cada fabricante…
Por isso mesmo, me chamou a atenção uma análise feita pela Pengutronix, empresa alemã especializada em GNU/Linux® embarcado: eles usaram várias plataformas ARM (9, 11 e Cortex-A8) de um lado, contra o Atom Z510 do outro e um kernel 2.6.34.
Entre os ARMs, as plataformas escolhidas foram:
Disparate entre os clocks? Tudo bem, basta fazer a relação de performance por clock.
O primeiro teste foi o de multiplicação em ponto flutuante. Lembrando que nem o PXA270 nem o i.MX27 têm unidades de ponto flutuante, o resultado foi o seguinte:
Processador | Tempo [ns] |
PXA270 | 50,9 |
i.MX27 | 72,39 |
i.MX35 | 15,08 |
OMAP-EVM | 20,13 |
OMAP-Beagle | 20,11 |
Atom Z510 | 4,57 |
Vejam que interessante: o ARM11 é mais rápido (neste teste, claro) que seu irmão mais novo, o Cortex-A8. E, considerando o clock de 1,1GHz do Atom (o dobro do ARM11), nota-se que seu desempenho é muito melhor, já que gastou 30% do tempo do i.MX35.
O relatório é muito interessante e compensa a leitura. Ao final, o que se conclui é o seguinte: um ARM11 (ou um Cortex-A8) rodando a velocidades próximas a 1GHz, pode ter desempenho semelhante a um Atom, o que já seria suficiente para, por exemplo, rodar Windows ou GNU/Linux® com agilidade semelhante ao processador da Intel.
Ainda há que se considerar os novíssimos Cortex-A15, anteriormente conhecidos como “Eagle”. Mudanças importantes foram introduzidas na arquitetura, visando o mercado de servidores. Agora, o espaço de memória pulou de 32 para 40 bits, permitindo acesso a até 1TB (não linear, mas através de páginas), instruções de virtualização foram incorporadas e melhorias no processo de execução fora-de-ordem.
Os novos chips terão dois ou quatro núcleos, rodando a até 2,5GHz. Um “Atom killer”? Samsung, ST-Ericsson e Texas já licenciaram a arquitetura e a Apple parece estar negociando.
Será que desta vez é a Intel quem precisa se cuidar?