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We Will Rock You - com ciência

13 anos e meio atrás

Sir Brian May,PhD é o anti-ozzie, oposto da imagem de roqueiros burros e alienados. Nerd desde criança, formou-se em Astrofísica pelo colégio Imperial de Londres, mas interrompeu seus estudos do Doutorado para dar atenção a um pequeno projeto, uma bandinha chamada Queen.

30 anos depois ele concluiu a tese, ganhou seu PhD e continua contribuindo para a  música e para a ciência, inclusive escrevendo o livro BANG! Uma história completa do Universo (adorei o título).

Em uma entrevista pra NPR, ele demonstra como ciência e música andam lado-a-lado:

A gravação da clássica We Will Rock You foi feita em uma igreja abandonada, por causa da acústica. Algumas tábuas no chão foram usadas para a parte onde ouve-se palmas e pisões. Ficou bom, mas May pensou mesmo assim:

"Eu sou um Físico. Imagine que há 1000 pessoas fazendo isso [o barulho]; o quê aconteceria? Bem, você ouviria os pisões, também ouviria um pouco de efeito, causado pela distância. Então coloquei um monte de repetições do som, não como eco, mas variando as distâncias"

Ele conseguiu isso calculando o atraso do som para cada distância. Gravou diversas repetições do som e depois, para evitar harmônicos e ecos, utilizou números primos para determinar o atraso temporal para a distância de cada um dos sons. A sensação acústica é de algo 3D, o atraso no som é percebido como uma dimensão espacial. Aliás é assim que percebemos o ponto de origem dos sons, diga-se de passagem.

Isso foi em 1977, longe ainda da facilidade dos samplers sintetizadores e autotunes que animam (no sentido frankensteiniano) os Justin Biebers de hoje. E a maior prova da inventividade de Brian May é que em suas próprias palavras "muito tempo depois inventaram uma máquina pra fazer isso".

Nada mau, é até justo que ele tenha seu próprio asteróide.

Fonte: Neil deGrasse Tyson, que é um cara legal, apesar de ter roubado uma idéia do Rodney McKay.

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