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Review Motorola Flipout: O Andróide nanico

Conheça o Motorola Flipout, sucessor do MotoCubo com foco em jovens e redes sociais.

14 anos atrás

O Motorola Flipout é um aparelho bastante interessante - não só por seu tamanho minúsculo, mas também por suas especificações: processador Cortex A8 de 600 MHz, 3,5G, WiFi, 512MB de RAM e já vem com o Android 2.1. Tudo isso por menos de mil Reais.

Então será o Flipout a compra certa de quem quer um smartphone barato?

Hardware


O Flipout é muito pequeno. Só que ser tão pequeno é bom e ruim: para chegar num tamanho tão diminuto, a tela teve que ser reduzida. Com 2.8 polegadas e resolução QVGA (320x240 pixels), está bem aquém da maioria dos Androids, que possuem tela de 320x480 ou 800x480. Para a maioria das tarefas, a telinha dá conta do recado, mas navegar está longe de ser prático como em Androids maiores.

O maior problema é com os aplicativos, que quase sempre são feitos com as telas maiores em mente. Muitos Apps ficam bastante espremidos na tela, sem espaço para mostrar informações. Um exemplo é o Foursquare, que mostra apenas uma linha de informação em alguns modos - fica até ruim de fazer a rolagem, já que você não tem espaço para segurar e arrastar o dedo.

E não sei se é um problema da fonte Droid Sans com telas de baixa resolução ou a o LCD usado no aparelho que não é dos melhores, mas a tela é meio ruim para ler, os textos parecem pixelados.

Mas a tela também tem seus méritos: A sensibilidade ao toque é ótima e ela suporta até multitouch, permitindo o famoso "gesto de pinça".

Na caixa, além do aparelho, fone de ouvido e carregador, vem um carregador automotivo e duas capas traseiras: uma vermelho-quase-rosa e uma azul marinha, além da amarelo-restart que já vem no aparelho.

Bateria

Por causa da tela pequena, imaginei que a bateria do Flipout poderia durar mais do que os smartphones semelhantes...

Mas não é o caso. Ela dura cerca de 6 horas em uso razoável (no caso, 3G habilitado, Google Talk e o cliente de twitter Seesmic rodando em segundo-plano, navegação ocasional, sem WiFi, Bluetooth ou GPS).

Não é um desempenho ruim, mas é recomendável andar sempre com o carregador do celular e usá-lo assim que puder - esse talvez, seja o motivo do Flipout já vir com um carregador para carro.

Quando se desliga o 3G a duração da bateria aumenta consideravelmente. No mesmo caso acima, mas usando apenas a rede EDGE, a bateria dura pouco mais de 10 horas.

O problema é que a velocidade reduzida da conexão também torna bem pior a experiência de usar o aparelho, tornando qualquer navegação ocasional uma longa espera...

Software

O Flipout, além de vir com o Android 2.1, vem com uma versão atualizada do MotoBlur, interface da Motorola dedicada äs redes sociais.

Entre as novidades, estão a possibilidade de filtrar as atualizaçoes por conta e/ou por contato e poder esconder contatos indesejados,  provavelmente o desejo número 1 de quem usou o MotoBlur antes.

Estão presentes também um gerenciador de dados e um gerenciador de bateria. O primeiro controla todo byte que o aparelho consome, com direito a gráficos mostrando a utilização por dia ou por aplicativo.

Também é possível ativar um modo econômico, que coloca os downloads em espera, até que você se conecte por WiFi.

Já o gerenciador de bateria complementa o que foi introduzido no Android 2.0, que mostra como o aparelho tem gasto a energia. Nele, é possível configurar o "perfil da bateria", especificando por quanto tempo a conexão de dados deve continuar ativa depois que o telefone deixa de ser usado, além de especificar um "horário fora de pico", quando o telefone pode ficar mais tempo conectado.

Para quem quer estar sempre conectado as redes sociais - exatamente o público alvo do Flipout - o aparelho já vem bem servido. O MotoBlur, que no Dext era meio irritante, ficou bem mais usável e - graças aos 512MB de RAM - não deixa mais o aparelho lerdo quando gerencia muitas contas.

Aliás, graças ao ótimo hardware do aparelho, varios Apps rodam incrivelmente bem. O Google Earth, por exemplo, roda sem nenhum lag. Mas a tela acaba com a festa. Minha impressão usando o Flipout é que estou usando um PC com processador Dual Core e 8GB de RAM, mas com um monitor 14" CRT que no máximo chega a 800x600. É bastante rápido, mas também desconfortável pra várias tarefas.

Câmera e Multimídia

A câmera dele é de 3.2 megapixels e tira fotos razoáveis, mas nada que impressione.

Um detalhe é que ele pode "melhorar" as fotos no próprio aparelho, usando um algoritmo da Kodak, chamado Kodak Perfect Touch. Não faz milages, basicamente só muda brilho e contraste das fotos (deixando as cores um bocado saturadas), mas deixa algumas fotos mais apresentáveis.

Abaixo as mesmas fotos, com o Perfect Touch aplicado.

O Media Player não é mais o padrão do Android, bastante fraco, mas um "Connected Media Player", que é basicamente o TuneWiki com outro nome.

Além do básico (organizar as músicas pelas tags, fazer playlists, etc), ele também é integrado às redes sociais. Dá para mandar a música para o blip.fm direto do player ou ver num mapa o que as pessoas por perto estão ouvindo.

Um recurso legal é que ele baixa a letra da música em execução e vai mostrando conforme ela toca.

Para os saudosistas, o Flipout tem rádio FM, um dos poucos recursos que não tem nenhuma integração com serviços web. Poderia ao menos ter uma opção para identificar a música que está tocando - uma opção que o Media Player já tem, mas apenas usando o microfone como entrada.

Vale a pena?

O Flipout é um aparelho bastante interessante, mas não acho que irá atrair muito quem procura um smartphone "de verdade".

Em termos de recursos, ele não deve aos aparelhos maiores, mas sua tela pequenina atrapalha bastante em usos mais pesados. Para acompanhar as redes sociais, olhar e-mails, papear em algum IM e de vez em quando dar uma navegada, o Flipout é interessante. Mais do que isso é pedir muito.

Ele é um ótimo sucessor para o MotoCubo, que tem não só o mesmo formato como o mesmo público-alvo. Não é um smartphone para geeks, mas um telefone social que, por acaso, roda Android. O Microsoft Kin, mas não tão limitado.

O problema é que, por R$ 999, acho o FlipOut um pouco caro. Por R$ 100 a menos, é possível comprar o Motorola Quench - que apesar de ter um processador pior e menos RAM, tem uma tela maior e acaba sendo melhor de usar.

Mas dizem por aí que o preço pode cair quando ele chegar às operadoras - se cair para R$ 699, como diziam alguns rumores, o Flipout se tornará o smartphone ideal para "as massas": pequeno, barato e bem integrado às redes sociais.

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