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"Atualização ou Morte!" - fora as dívidas...

14 anos atrás

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(compo: San Picciarelli)

Nelson Tanue, empresário à frente do Jornal do Brasil confirmou que o periódico na versão impressa vai deixar oficialmente de existir — a data da divulgação da última edição do jornal vai ser informada entre quarta e quinta-feira dessa semana.

Sempre ouvimos falar que um grande jornal de um país, outro de outro, anda mal das pernas porque não consegue se segurar diante das novas formatações para a distribuição de notícias. Muitos deles fazem o máximo para parecer que estão se modernizando, quando na grande (e dura) realidade é que não conseguirão sobreviver se não pularem para onde o leitor (que paga as contas) já deixou bem claro que prefere estar: online.

O discurso da vez é "O primeiro jornal da internet" e isso chega a quase todos eles. O fim para o papel escrito do Jornal do Brasil também tem muito a ver com isso, uma vez que as suas dívidas já somam atualmente R$ 100 milhões e quedas absurdas de circulação e retorno. Mesmo após algumas tentativas de tentar vender o jornal para a iniciativa privada (que não aconteceu), tudo corre para qualquer caminho capaz de manter pulsando um dos maiores jornais do país. O JB teve a sua primeira edição publicada em 1891 e atualmente tem 180 colaboradores, sendo metade destes jornalistas na redação ativa.

“A decisão de acabar com o papel está sendo tomada esta semana. Teremos uma decisão na quarta-feira ou na quinta-feira. Provavelmente, seremos o primeiro jornal a estar apenas na internet. É algo que está acontecendo no mundo todo”, afirmou Tanure em entrevista ao O Globo.

Como fruto de todo esse impacto, rachas e demissões parecem ser a primeira das tantas ondas envolvidas nessa mega conversão. Não se trata nem mais de transformar algo assim em algo assado, o lance é reinventar e recomeçar tudo mesmo — nem que isso custe algumas cabeças. Foi precisamente o caso da demissão do atual ex-presidente do jornal Pedro Grossi.

“Eu demiti o Pedro Grossi porque ele era a favor de continuar no papel”, explicou Tanue.

Grossi escreveu uma carta publicada no dia 12 explicando para o staff do JB o motivo de sua saída - que só deve acontecer formalmente assim que o fim da edição impressa for divulgado.

Infelizmente ainda se espera dolorosamente demais e luta-se muito até não ter mais por onde sangrar, até que de fato não haja outra coisa a fazer senão abandonar o papel. Não deve ser fácil ver um centenário sendo obrigado à "atualização ou morte!".

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