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Coisa de filme: cientistas japoneses desenvolvem robôs biohíbridos

Robôs humanóides são comuns em ficção-científica, e a moda agora são robôs tipo o Exterminador do Futuro, feitos com tecido vivo. O que não é ficção é que cientistas estão pesquisando exatamente isso, como integrar carne e metal.

6 anos atrás

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Em ficção científica um dos subgrupos de robôs que vem ganhando espaço são os ciborgues. Nas palavras do arnoldinho sopa de letra:

Sou um organismo cibernético, tecido vivo sobre um endoesqueleto de metal

Essa tendência é essencialmente economia de custos, muito mais barato colocar um robô de carne e osso, mesmo carne de primeira, como em BSG, do que fazer robôs práticos ou via CGI. Isso também abre espaço para histórias de robôs infiltrados entre humanos.

Em alguns casos como Battlestar Galactica os robôs são tão humanos que é preciso teste genético para identificar sua real condição. Outros, como o T-800 usam tecido vivo com fins de decoração e camuflagem, mas há uma terceira vertente que vem da ciência, embora soe como ficção: biohíbridos.

O conceito é fascinante: é covardia tentar imitar com componentes mecânicos o que a Evolução gastou bilhões de anos aprimorando biologicamente, então em vez de reinventar a roda, vamos adaptar a solução biológica.

Veja a mão humana: são 27 ossos, 33 juntas, 19 músculos e 57 ligamentos (menos, se você for ex-presidente presidiário). É uma ferramenta de precisão incrível, nenhum manipulador robótico chega perto de u’a mão humana.

Curiosidade: mesmo assim a mão, como toda obra da evolução, é cheia de gambiarras. Um bom exemplo: coloque sua mão espalmada na mesa. Levante um dedo de cada vez. Perfeito, certo? Agora recolha o dedo médio, assim:

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Agora tente mexer os dedos. O anular simplesmente não se move. Ele compartilha um tendão com o dedo-médio.

Mesmo com essas limitações a mão é superior, então que tal aproveitar essas estruturas para mover robôs, em vez de motores, cabos e similares? É o que pensou o grupo de cientistas do Instituto de Ciência Industrial da Universidade de Tóquio, composto por Yuya Morimoto, Hiroaki Onoe e Shoji Takeuchi. No paper Biohybrid robot powered by an antagonistic pair of skeletal muscle tissues eles explicam o que é isto:

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OK eu mesmo explico: os dois negócios brancos são fibras musculares cultivadas em laboratório. Elas estão presas a uma estrutura impressa em 3D, e imersas em uma solução com nutrientes e oxigênio.

Através de sinais elétricos os cientistas conseguiram fazer os mini-músculos se contraírem e expandirem, mexendo o “dedo” robótico. Claro que é um primeiro experimento, (infelizmente) não vai sair uma Caprica 6 do tubo de ensaio, mas é uma idéia a ser contemplada.

Aqui no vídeo a demonstração das fibras em ação:


The University of Tokyo | UTokyo — Rise of the biohybrid robots

Isso em teoria tornaria os robôs mais frágeis, mas duvido. Eles serão espertos o bastante para construir armaduras externas comandadas por seus ágeis dedos musculares, que apertarão sem dificuldade os botões “matar”, “esmagar” e “destruir”.

Fonte: Instituto de Ciência Industrial da Universidade de Tóquio.

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