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RoboCop está quase se tornando realidade e isso é ótimo!

É um braço biônico de US$ 120 milhões e mesmo assim você ainda vai se surpreender com o que esse sujeito é capaz de fazer com ele!

6 anos atrás

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Uma das facetas mais atraentes da ficção científica é o lado positivo, a visão otimista de um futuro melhor. Foi esse o motivo de Star Trek ter conquistado fãs por décadas, em meio a tantas guerras, mad maxes e alienígenas invasores malvados. Mais do que mostrar o melhor em nós mesmos, a ficção científica pode mostrar o resultado futuro desse melhor.

Um bom exemplo é a cena em Star Trek IV (o das baleias) onde no Dr McCoy encontra uma paciente sofrendo esperando uma diálise. “DIÁLISE? Onde estamos, na Idade das Trevas?” ele dá uma pílula, ela engole e menos de 10 minutos depois os médicos estão espantados com seus rins totalmente funcionais.

Isso é ficção científica, claro. Exceto que coisas simples como morfina seriam consideradas magia algumas centenas de anos atrás. No campo das próteses foi uma longa caminhada (dsclp) que começou mais de 3.000 anos atrás, quando uma egípcia rica e bem-posicionada perdeu o dedo do pé (acontece) e mandou confeccionarem um dedo artificial com madeira e couro, sua múmia foi encontrada e ele é chamado de Dedo do Cairo:

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Hoje temos próteses incríveis que capacitam atletas olímpicos a praticar feitos fora do alcance para 99,99% da Humanidade. <inserir piada com o Pistorius aqui> mas a ficção científica nos faz sonhar mais alto ainda, e poucas cenas sintetizam melhor esse desejo do que esta, do remake de RoboCop:

Mr. Bubblegum. jr — RoboCop (2014) movie clips (1/6) | training guitar

O mais emocionante dessa cena é não ser uma questão de SE, mas de QUANDO, e quer saber? O QUANDO está cada vez mais próximo. Que o diga Johnny Matheny, simpática cobaia do Laboratório de Filosofia Aplicada da Universidade John Hopkins. HAHA peguei você, é FÍSICA aplicada.

Johnny coloca Steve Austin no chinelo. 6 milhões de dólares são troco de pinga comparado ao projeto do Modular Prosthetic Limb, que já custou US$ 120 milhões e dez anos de pesquisa, financiados pela DARPA, a agência de pesquisas avançadas do Departamento de Defesa dos EUA.

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Ele perdeu seu braço para o câncer, mas se tornou o primeiro cyborg, com sensores identificando os sinais neurais, decodificando-os e enviando para o braço biônico, preso a uma conexão permanente implantada no osso do remanescente do membro.

O começo não foi fácil, nos primeiros 3 meses foram mais de 12 problemas, incluindo três envios do braço de volta pro laboratório, mas agora a maioria dos bugs já foram resolvidos e os testes incluem upgrades, feitos remotamente pelo engenheiro-chefe do projeto, a 1.600 km de distância. É um trabalho de debugging interessante, visto que o MPL tem 105 sensores, 17 motores e consegue segurar objetos cilíndricos com uma força de 70 lbf, que é basicamente o dobro de 70 lbf.

Sem se preocupar mais com vacilos como um dedo cair, o ex-entregador de pão cuida de sua horta, de seu dia-a-dia e com 5 meses já fala “não é um braço prostético, é o meu braço”. Agora ele tem um plano, como bom cilônio: quer até o final do ano aprender a tocar Amazing Grace no piano. Com duas mãos.


Quartz — Playing piano with a mind-controlled robotic arm

Eu achei tão perfeito como a cena de RoboCop, que é perfeita justamente por não ser perfeita e mostrar uma pesquisa em andamento.

Fonte: DARPA.

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