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A História de Felícia, o Furão Nuclear

Animais, mesmo os não-deliciosos, são extremamente úteis, ainda mais quando associados a engenheiros criativos. Um exemplo dessa parceria de sucesso é o Fermilab e a história de Felícia o Furão Nuclear.

6 anos atrás

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O Fermilab, uma das instituições científicas de referência mundial em energia atômica, começou sua história em 1967 como National Accelerator Laboratory, eram tempos pioneiros onde dávamos os primeiros passos explorando o desconhecido, o que custa caro. O acelerador de partículas principal do laboratório de Mesons do NAL era um projeto de (corrigidos) US$ 1,5 bilhão, e entre seus milhares de componentes havia 6 km de tubulações quer seriam mantidas em alto vácuo e serviriam de passagem para um feixe de partículas que os percorreriam mais de 30 mil vezes a cada segundo.

Esse tipo de tubulação não pode ter qualquer contaminante, resíduo ou sujeira, seriam incendiados com a energia do feixe de partículas, e estragaria o experimento. Antes da soldagem final era preciso garantir que tudo estivesse um brinco. Wally Pelczarski era o engenheiro responsável por projetar um equipamento que fizesse essa limpeza.

O equipamento foi batizado de Furão, mas Wally estava batendo cabeça tentando achar o desenho ideal, até que conversando com um engenheiro inglês, Robert Sheldon, ouviu uma sugestão óbvia e totalmente fora da caixa: não é melhor usar um furão de verdade?

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Furões são animais inteligentes, sociáveis, adoram companhia de humanos, são facilmente treináveis e o Eu Sou o Máximo é uma doninha, não um furão então não corre o risco de aparecer um macaco de bunda de fora na sua porta.

Uma rápida pesquisa mostrou que era possível usar um furão de verdade, e conseguiram em uma criação em Minnesota uma fêmea bem pequena chamada Felícia. Ela custou US$ 215,00. Bem menos que um robô.

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Usando uma coleira para furões, Felícia aprendeu a percorrer os canos, coisa que furões adoram fazer, arrastando uma cordinha. Quando chegava do outro lado o barbante era preso a uma escova especial, e os engenheiros puxavam tudo de volta (menos a Felícia). Os canos eram limpos de toda a sujeira, inclusive os pêlos de furão.

No final o acelerador funcionou perfeitamente, contribuindo enormemente para o conhecimento científico, um trabalho que não poderia ter sido feito de forma tão fácil barata e eficiente se não fosse uma valente furona chamada Felícia.

 

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