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Uganda passará a cobrar um "imposto de redes sociais" de todos os usuários a partir de julho

Governo de Uganda estuda cobrar a partir de julho um imposto diário dos usuários por uso de redes sociais; medida visa "desestimular o ato de espalhar boatos na internet pelos cidadãos".

6 anos atrás

A Uganda é um daqueles países da África que possui uma série de problemas. Como se não bastasse o histórico, hoje eles são um dos que encabeçam a lista de tráfico de humanos (crianças inclusive) e possuem uma alta cota de crimes contra a humanidade, mas oficialmente um dos maiores problemas é a comunidade LGBTQ+, e para isso declarou guerra ao pr0n. Recentemente o presidente Yoweri Museveni, que como todo líder democrático está no poder desde 1986 (reeleito democraticamente em 1996, 2001, 2006, 2011 e 2016, todas com acusações de fraudeameaça classificar sexo oral como crime, pois segundo ele "a boca serve para comer".

Em países do tipo a liberdade de expressão também é um problema, mas o uso de redes sociais em Uganda é bastante difundido mesmo sendo o país com o 86º PIB do mundo (US$ 88,61 bilhões) e renda per capita de US$ 620 (FMI, 2015). No entanto, meses atrás o governo propôs a criação de suas próprias redes estatais, com a desculpa de oferecer um serviço "mais barato" ao manter os usuários dentro da infraestrutura nacional. Claro que é um modelo paralelo ao Grande Firewall da China, que limita e muito o acesso a qualquer tipo de conteúdo de fora.

A princípio o modelo não vai bloquear a internet externa, até porque diferente do País do Meio a Uganda é uma nação pobre, e ao menos no que diz respeito a pesquisa e educação não há planos para barrar nada. Redes sociais no entanto é outra história, e para evitar que o usuário continue utilizando serviços de fora a estratégia é atacar onde dói mais: no bolso.

Segundo o ministro das Finanças Matia Kasaija, os usuários de serviços como Twitter, WhatsApp, Facebook e outros serão taxados a partir de julho em 200 xelins ugandenses (cerca de R$ 0,19 em valores de hoje, 24/04/2018) por dia que fizerem uso das plataformas. Ainda não há informações de como tal cobrança será feita, mas é provável que o valor seja diretamente descontado da franquia de dados. Também não há como precisar se o governo vai monitorar cada smartphone, tablet, computador ou dispositivo conectado com acesso a redes sociais para saber quem deve ser taxado, ou se a responsabilidade será passada para as operadoras.

A ideia teria partido obviamente do presidencialíssimo Musevini, de modo a "desencorajar os cidadãos a espalhar boatos na internet"; vale lembrar que o ato de fechar as redes sociais em época de eleições é pratica comum no continente, logo este não seria a atitude mais radical a ser aplicada pelo governo de Uganda. E como sempre pode piorar, veja o caso da Tanzânia.

Se a moda pega…

Fonte: The Next Web.

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