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Especulando o sistema operacional perfeito

14 anos atrás

Chrome OS? Ou Windows? Ou Linux? Ou Mac OS X? Estamos vivenciando uma nova e mais violenta guerra de sistemas operacionais, e assim, temos um bom momento para discutir o que se pode esperar da próxima geração deles. Então, vamos especular?

Muito se fala em cloud computing, mas, na real, acho que o modelo proposto pelo Google no Chrome OS é meio falho caso a empresa queira estendê-lo a outros nichos além do do netbook. Depender da nuvem limita as coisas, e não é esse o caminho natural das coisas; limitação, num ambiente normal (entenda-se usando um desktop/notebook), é regressão. Mas, mesmo assim, alguns aspectos podem ser extraídos do Chrome OS para moldar o sistema operacional perfeito.

Quais? A capacidade de se auto-reparar e a conexão constante à Internet, envolvendo seus dados. O primeiro item é interessante porque evita muitos problemas e dores de cabeça, além de ser uma bela arma contra malware. Detonou o sistema? Reinicie o PC, e ele volta a ficar redondo. Nesse ponto, o uso de programas como se fossem pequenas imagens, tal qual os *.dmg do Mac OS X, pode ser a solução para possibilitar a reparação automática no boot do sistema. Ou seja, reserva-se uma área do HD para programas e arquivos do usuário, e o sistema operacional, ainda presente e rodando localmente, torna-se “independente”, podendo ser restaurado (com velocidade satisfatória) sem incomodar os arquivos e programas do usuário.

Quanto aos dados, haveria um espelho na nuvem, tal qual o pequenino e excelente Dropbox já faz hoje. É ingenuidade temer a hospedagem de arquivos na nuvem. Já deixamos e-mail, documentos, e, lá nos Estados Unidos, até mesmo o telefone celular nas mãos de empresas que, por questão de imagem e confiança, têm esquemas de privacidade e segurança muito robustos. Em outras palavras, na maioria dos casos é bem provável que os dados fiquem mais seguros na nuvem do que em seu PC, este passível de desastres, falhas de hardware, furto e outros intempéries.

Cloud computing vai muito além de hospedagem de arquivos na nuvem, e a Microsoft, com o Office 2010 e o Click-to-Run, mostra bem isso. Essa seria a solução para manter programas constantemente atualizados. Nada de baixar instaladores, ou ser avisado mediante popups que há versões novas dos programas disponíveis. A atualização é feita silenciosa e constantemente, sem transtornos, nem trabalho para o usuário. Com esse sistema para programas, e a auto-recuperação do sistema operacional via boot, a la Chrome OS, as chances de desastres diminuiriam consideravelmente.

Falando em computação nas nuvens, não dá para ignorar a mescla entre offline e online. Nesse ponto, o navegador tem papel fundamental, e creio que o modelo existente hoje deveria ser repensado. O navegador, nesse sistema operacional perfeito, deve ser algo transparente ao usuário. Algo, mais ou menos, como o que a Microsoft tentou fazer com o Windows 9x e o Internet Explorer (podem tacar as pedras 😛 ), porém dando ao usuário a liberdade de escolher o engine (motor) preferido: Trident, Presto, Gecko, WebKit… Optaríamos pelo motor, não pelo navegador.

Desse modo, sites seriam realmente transformados em aplicações, como já é possível nativamente no Chrome e via Prism no Firefox. Seria a quebra, em definitivo, da distinção entre aplicação web e local. As que demandam maior processamento, obviamente rodariam na máquina do usuário; coisas mais leves, como visualizadores de arquivos, cliente de e-mail e outros web apps aos quais já estamos acostumados, rodariam na nuvem. O uso da API File, que será apresentada no Firefox 3.6, é outro detalhe que diminui as diferenças entre aplicações locais e web, tornando o uso das últimas mais natural.

Um sistema conectado, mas que tenha capacidade de rodar aplicações e trabalhar fora da Internet, que se recupere sozinho de desastres, e use a web a seu favor, tanto para instalar melhorias automaticamente, quanto para rodar web apps e, muito importante, espelhar todos os arquivos do usuário. Talvez seja um cenário utópico, mas, como pode ser visto através dos links, está bem fundamentado. Acredito que isso seria o sistema operacional perfeito com o que temos a disposição agora e que estará disponível a curto prazo.

E você, o que acha?

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