Meio Bit » Arquivo » Engenharia » O que acontecerá se o Grande Líder apertar o Botão Nuclear

O que acontecerá se o Grande Líder apertar o Botão Nuclear

Trump e o Grande Líder se meteram em uma disputa de quinta série sobre quem tem o maior e melhor “botão nuclear”. A realidade nua e crua é que nenhum dos dois tem nenhum botão. Ou melhor: o Trump até tem. Leia e entenda.

6 anos atrás

20130610altissimatecnologiadamelhorcoreia

No final de ano o Grande Líder da Melhor Coréia fez seu discurso tradicional, com direito a todo tipo de bravata de um ditador de 5ª categoria e um vilão de história em quadrinhos. Ameaçou os Estados Unidos, dizendo que tinha em sua mesa um “botão nuclear”, que traria devastação aos ianques imperialistas norte-americanos do norte. 

Donald Trump, aquela seção de comentários de portal que assumiu forma humana e virou presidente dos EUA, respondeu na mesma moeda, dizendo que ele também tem um botão nuclear e “o meu é maior e funciona”. Não, não estou exagerando.

screenshot-03_01_2018-21_05_51

Vamos aos fatos: Trump não tem um botão nuclear. Ele tem uma valise com rádios e livros de códigos com planos de ataque. Ele precisa se comunicar com os comandantes ou com as unidades, selecionar um plano de ataque, e ainda é preciso a confirmação do secretário de Defesa.

Teoricamente o SecDef não tem poder de veto: a função dele é autenticar que o presidente é o presidente mas, na prática, se ele não falar nada, não tem lançamento.

Trump não lança nada automaticamente da maleta: ele depende da concordância de todos os outros na cadeia de comando, algo que oficialmente ninguém questiona mas do mesmo jeito nenhum soldado, por mais treinado que seja, prosseguiria com um ataque não-provocado contra o Canadá por exemplo.

Esse processo todo pode levar vários minutos, foi projetado para ser mais rápido que um ataque soviético, algo entre 16 e 25 minutos.

hwasong-14-a

Já o Grande Líder, mesmo que não tenha tanta burocracia, não tem essa agilidade, e a questão é técnica: os mísseis americanos usam combustível sólido. É ruim, é perigoso, exige manutenção, com o tempo o combustível pode sofrer fraturas e comprometer o míssil, e aí são meses na retífica. O lado bom é que eles podem ser disparados com alguns minutos de antecedência, se estiverem em prontidão.

A Melhor Coréia usa mísseis com combustível líquido. É bem mais fácil de gerenciar esse tipo de foguete: mudanças de trajetória e performance podem ser compensadas, e é bem mais seguro transportar mísseis em TELs (Transporter Erector Launcher) como o da foto acima se o míssil estiver vazio.

Por outro lado abastecer um míssil pode levar horas, até dias se você não souber o que está fazendo. Um míssil móvel precisa ser informado de onde está sendo lançado, o que aumenta o tempo de preparação.

Muito, muito provavelmente o botão da mesa do Grande Líder é igual ao botão que o Trump realmente tem em sua mesa: um que ao ser apertado chama um copeiro com uma Diet Coke.

Leia mais sobre: , , .

relacionados


Comentários