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Uma boa parte de nós existiu muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante

Já pensou em visitar uma galáxia distante? Vou contar um segredo: parte de você veio de lá.

7 anos atrás

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Olhe para sua mão. Aperte seu indicador com o polegar, até que ele fique levemente vermelho. Você acha que está vendo seu sangue dando cor ao dedo, mas não é isso que você está vendo. Diante de seus olhos está o final de uma história que começou muito, muito tempo atrás.

Você está vendo o vermelho da hemoglobina combinada com o oxigênio. Esses átomos não surgiram do nada, não surgiram nem do Big Bang. Na ponta de seu dedo você tem testemunhas vivas, átomos que foram criados bilhões de anos atrás no coração de estrelas moribundas.

Depois de tentar desesperadamente fazer fusão nuclear de carbono, uma estrela não conseguiu mais conter a força da gravidade, e colapsou em direção a seu núcleo. A energia de incontáveis toneladas de matéria acelerando e colidindo gerou tanta pressão e calor que a fusão nuclear voltou a acontecer, inclusive de elementos mais pesados. Átomos de carbono e oxigênio se fundiam criando ferro, níquel, magnésio. Junto com a fusão, ocorreu a liberação de energia, e a estrela explodiu, uma supernova marcando o fim de sua vida.

Os restos dessa estrela e de outras se espalharam pelo cosmos. Com o tempo essas nuvens de matéria se condensaram, criando uma nova geração de estrelas. Entre elas o Sol. As sobras formaram planetas, asteróides, luas e, eventualmente, você.

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Uma nebulosa planetária, tudo que sobrou de uma supernova. Isso já foi você.

Agora uma pesquisa intitulada Star formation in simulated galaxies: understanding the transition to quiescence at 3 × 1010 M⊙ mostrou que o chamado “vento intergaláctico” é maior do que se pensava.

Basicamente quando uma supernova explode, ela acelera parte de sua massa além da velocidade de escape de sua galáxia, mandando bilhões de toneladas de elementos pesados para o vazio intergaláctico. Essa matéria percorre milhões de anos-luz até, com sorte, chegar a uma outra galáxia, onde é capturada pelo campo gravitacional de outras estrelas.

Antigamente era assustador e glorioso perceber que não somos feito de barro, mas de estrelas. Hoje descobrimos que não só somos feitos de estrelas, como somos verdadeiros cidadãos do Cosmos. Pelo menos um terço da matéria que nos compõe foi criada em estrelas de outras galáxias. Lavoisier ficaria orgulhoso.

Fonte: The Guardian.

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