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Segundo a Europol, o Estado Islâmico está desenvolvendo sua própria rede social

Chega de contar com soluções de terceiros: a Europol afirma que o Estado Islâmico está desenvolvendo sua própria rede social, de modo a continuar divulgando seus feitos e recrutar novos membros.

7 anos atrás

O que fazer quando você é um grande e malvado grupo terrorista e deseja divulgar seu trabalho? Apela para as redes sociais, lógico. Desde o início o Estado Islâmico do Iraque e Levante tem abusado de plataformas como YouTube, Facebook, Twitter, Telegram e outras para tanto divulgar seus vídeos e material de propaganda, quanto para recrutar novos membros.

Só que os donos das ditas plataformas não gostam de ver seus produtos aliados ao terrorismo (o Facebook não liga muito na verdade; já o Twitter pagou e continua pagando caro por isso) e volta e meia detonam postagens e vídeos do ISIS, para desespero do Achmed. Só que como há gente de todo tipo em suas fileiras, incluindo desenvolvedores web e outros profissionais de TI o grupo já está dando um jeito nisso.

De acordo com uma operação de 48 horas de combate ao extremismo na internet conduzida pelo Serviço Europeu de Polícia (Europol) na semana passada, os técnicos militantes estão desenvolvendo a sério uma rede social exclusiva para uso do Estado Islâmico. Segundo o diretor Rob Wainwright, “ao menos nesse sentido o Daesh continua inovando”. A ideia seria deixar de depender tanto de soluções de terceiros, de modo que suas postagens estejam sujeitas a remoção a qualquer momento e fornecer aos militantes um canto à parte da rede para que eles possam postar seus vídeos, discursos, textos e realizar ações de recrutamento sem serem constantemente sabotados pelas autoridades internacionais.

Durante a ação mais de 2 mil itens de extremistas espalhados por 52 plataformas diferentes foram identificados pela Europol, o que reforça a necessidade do ISIS em investir em uma solução própria. Google, Facebook, Telegram, Twitter e outros estão sendo severamente pressionados pela justiça em todos os cantos do planeta a se comprometerem com o combate ao terrorismo e exterminar as postagens e contas dos militantes, e com uma plataforma própria o Estado Islâmico teria um “porto seguro” para continuar divulgando seus feitos e se comunicando com quem defende suas ideias, de modo a continuar crescendo e angariando mais aliados.

Wainwright afirma não ter certeza se será mais fácil derrubar de uma vez a rede social do EI caso ela se torne a única fonte de conteúdo do grupo, o que seria muito bom para todos os envolvidos (menos para o próprio EI, claro). Embora a justiça tenha exterminado o Silk Road anos atrás, o que é um bom histórico conter o avanço de um estado terrorista na internet pode se provar um pouco mais complicado, ainda mais quando há profissionais qualificados do outro lado para manter tudo funcionando. De qualquer forma, será interessante acompanhar essa corrida de gato e rato.

Fonte: Reuters.

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