Meio Bit » Arquivo » Engenharia » Dia da caça: drone misterioso judia das defesas aéreas israelenses

Dia da caça: drone misterioso judia das defesas aéreas israelenses

Tem dias em que tudo dá errado, mas alguns são especialmente ruins. Quem passou por esse inferno astral foram as Forças de Defesa de Israel. Um drone de origem desconhecida invadiu o espaço aéreo deles e nem com os mísseis do Iron Dome e um caça conseguiram derrubar. Se soa como humilhação, foi isso mesmo.

8 anos atrás

TOPSHOTS TOPSHOTS A missile is launched by an "Iron Dome" battery, a short-range missile defence system designed to intercept and destroy incoming short-range rockets and artillery shells, on July 9, 2014 in the southern Israeli city of Ashdod, neighboring the Gaza Strip. The Israeli air force bombed 160 targets in the Gaza Strip overnight as it pressed a widescale campaign to stop volleys of Palestinian rocket fire, an army official said. AFP PHOTO/DAVID BUIMOVITCHDAVID BUIMOVITCH/AFP/Getty Images

Reza a lenda que no começo da Primeira Guerra do Golfo, logo após os primeiros Scuds iraquianos caírem em Israel dois caças decolaram com a missão de jogar um artefato nuclear em Bagdá. George Bush Pai teve que usar de toda sua diplomacia e convencimento para conseguir convencer Israel a chamar de volta os aviões.

Nos dias seguintes baterias de mísseis Patriot eram instaladas nas principais cidades israelenses. Saddam lançou centenas de Scuds, o objetivo era forçar Israel a atacar de volta, isso colocaria os países árabes em um impasse e na melhor das hipóteses mudariam de lado, preferindo proteger o Iraque.

Não aconteceu, e Israel não atacou. A população se sentia protegida vendo os Patriots decolando e destruindo os Scuds. Claro, a taxa de acerto era de 0%, uma falha no software tornou os mísseis inúteis mas o efeito psicológico foi mais que suficiente.

Anos depois Israel tem seu próprio sistema de mísseis, o excelente Iron Dome, mas mesmo ele está longe de ser perfeito, como dolorosamente atestado nos últimos dias.

Um drone apareceu sobre Israel, o que não chega a ser novidade, o Hamas uns anos atrás postou um vídeo de um drone em Israel, com direito a mísseis falsos e tudo:

Depois desse muito outros drones foram usados pelo Hamas e outros grupos, alguns com explosivos. Não se sabe o modelo do drone que apareceu dessa vez, mas Israel lançou dois Patriots contra ele. Os dois erraram, em uma explosão inofensiva de US$ 5 milhões.

Quer dizer, inofensiva não, uma menina judia de 14 anos ficou ferida por um estilhaço.

Um caça foi enviado para interceptar o drone, um míssil ar-ar foi disparado, e também errou. Em um mundo ideal (para Israel pelo menos) teria acontecido o que aconteceu com este drone da Georgia, que passou no caminho de um MIG29 russo:


Strasbourgeois — Russian jet shoots Georgian drone © Reuters

O que aconteceu foi o drone dar meia-volta, atravessar a fronteira com a Síria e desaparecer. Não exatamente um momento de glória para as incontestavelmente competentes forças de defesa de Israel, mas uma dose de realidade.

Tom Clancy sempre dizia em seus livros que ninguém é infalível: nem pessoas, nem sistemas de armas. Há vários motivos para os Patriot terem errado: alguns evitáveis, outros não. Isso ter vindo à tona não é nada tranquilizador, estimula o Hamas a mandar mais drones. Se Israel parar de tentar derrubar, um dia um chegará até Tel-Aviv com uma carga de Anthrax. Se começarem a derrubar a qualquer custo, o custo será inviável.

Talvez a alternativa seja pegar todos aqueles velhinhos pilotos veteranos, montar algumas esquadrilhas de Supertucanos e deixar os coroas se divertirem caçando drones. Não precisa nem de mísseis, nada que voa sobrevive a uma rajada bem-dada das duas .50 do bicho.

Fonte: Russia Today.

Leia mais sobre: , , , , , , .

relacionados


Comentários