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O Buraco Negro dos registros digitais

15 anos atrás

O Governo Australiano está enfrentando um problema que é mundial, e pouca gente se tocou que atinge inclusive indivíduos: Nossos registros são efêmeros.

Enquanto livros de 700 anos de idade ainda resistem, enquanto o primeiro registro escrito, ainda em linguagem pictográfica – a tábua de Kish, de 3500AC- está aí firme e forte, conseguir ler um disquete de 5¼ já dá trabalho.

Uma fita K7 com um programa de ZX Spectrum é um parto. Uma fita de papel com o BASIC da Microsoft, usado no Altair, só pegando periféricos em um museu.

A NASA teve problemas com as fitas com imagens do pouso na Lua, pois ninguém tinha mais equipamento para lê-las.

Na Austrália tudo de 1980 a 2000 está em um Buraco Negro Digital, os dados estão se perdendo por falta de hardware E software. Segundo especialistas locais a vida média dos dados arquivados é de 7 anos, após os quais ou estão ilegíveis por conta da mídia ou não há software para importá-los.

Pensando bem, acho que não há mais filtros no Office para o Carta Certa ou Chi-Writer. Quanto às mídias, eu tenho um monte de CDs que segundo os fabricantes durariam 100 anos, totalmente ilegíveis.

Mesmo o armazenamento em discos  RAID, servidores replicados em diferentes locais do globo, é algo extremamente temporário. O GOOGLE em si é uma coisa efêmera.  Em 50 anos não haverá um único registro de tudo que eles tem armazenado hoje. Que dirá em 500. Por outro lado, veja a imagem:

É a tal tábua de Kish. Mais de 5.500 anos. Se bem cuidada, continuará existindo até o Sol se tornar uma Nova, em uns 5 bilhões de anos. Ou até 2012, se o mundo for acabar mesmo por lá. Ainda é muito mais eficiente em preservar informação a longo prazo do que qualquer tecnologia já inventada.

Qual a solução? Não sei. Mas é alarmante saber que todas as minhas fotos, minhas recordações e memórias são frágeis, e que imprimi-las em papel ainda é a melhor forma de preservá-las a longo prazo.

Fonte: News.Com.Au

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