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Armazenar dados em DNA? A Microsoft aposta nisso

Microsoft aposta em pesquisa para viabilizar o uso de cadeias de DNA como mídia de armazenamento; capacidade e durabilidade são infinitamente maiores

8 anos atrás

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Imagine armazenar todo acervo do conhecimento humano em apenas alguns gramas de material genético. Não, não tem nada a ver com Krypton: a Microsoft fechou uma parceria com a Twist Bioscience e adquiriu uma quantidade significativa de cadeias de DNA para conduzir uma pesquisa modesta só que não: o uso desse material para armazenar quantidades titânicas de informações.

A Microsoft Research colocou a mão em 10 milhões de cadeias de oligonucleotídeos, e a meta para o esforço conjunto é bem simples: verificar se é viável armazenar dados em cadeias de moléculas de DNA tal qual a natureza faz há bilhões de anos. As vantagens sobre todas as formas conhecidas de backup pelo homem são bastante evidentes: um grama de material genético tem capacidade de 1 ZB.

Quanto é um zetabyte? Pouca coisa, apenas um bilhão de terabytes. Em um grama de DNA.

Não bastasse a capacidade absurda, a resistência do DNA torna ele uma forma de backup muito conveniente: com uma meia-vida de 521 anos ele pode não ser tão resistente quanto os cristais do Superman (que duram basicamente para sempre), mas ainda assim é uma alternativa muito interessante principalmente por sua capacidade astronômica de armazenamento.

Se você se interessou e sonhou agora com um SSD de espaço quase infinito, pode tirar o cavalinho da chuva. Primeiro, o processo não está sendo pensado para uso comercial e sim para preservação de todo o conhecimento humano, quando muito seria empregado por grandes corporações com muita bala na agulha. Digo isso porque todo o processo de leitura e gravação não é barato: a Twist é responsável por imprimir os dados nos oligonucleotídeos, já que possui uma máquina especializada capaz de produzir as cadeias customizadas. Já para a leitura é preciso utilizar sequenciamento genético.

Tudo bem que hoje isso é até de certa forma acessível, mas hoje o processo custa em torno de US$ 1 mil (o projeto Genoma Humano consumiu US$ 3 bilhões entre 1990 e 2003). Não é barato e qualquer SSD custa bem menos que isso. Resumindo, não é para nós. Pelo menos não hoje.

A Microsoft no entanto está otimista, testes iniciais já deram resultados positivos: foi possível gravar e ler dados de volta em DNA. Pode não ser algo para nossa geração ou mesmo para a próxima, mas num futuro pode ser muito comum encontrarmos mídias de armazenamento como SSDs à base de oligonucleotídeos, com capacidades absurdas, ou pendrives e cartões de memória com espaço de sobra. A memória dos smartphones poderia ser medida em EB ao invés de GB. É um futuro promissor.

Ponto para a Microsoft Research, mais uma vez.

Fonte: Twist Bioscience.

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