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Como medir o sucesso de seu app fingindo ser um bot

Desenvolvedor do app de mensagens Kros explica como conseguiu medir a satisfação dos usuários ao fingir ser um bot

8 anos atrás

robot

Como saber se seus usuários estão gostando de seu app? Essa não é uma pergunta fácil. Na maioria dos casos as avaliações das lojas de aplicativos acabam sendo o termômetro mais utilizado. Outros embutem pesquisas rápidas de satisfação na forma de pop-ups. De qualquer forma o diálogo entre a equipe responsável e o usuário não é direta.

Ami Ben David, criador do app Kros (um WhatsApp voltado para o ambiente corporativo) fez uso de uma abordagem diferente: ele fingiu ser um bot do serviço para poder dialogar diretamente.

A presença de bots em instant messengers não é novidade. O WhatsApp não tem, dada a forma como ele funciona. Já Telegram e Slack, entre outros contam com vários deles, de assistentes pessoais a fornecimento de informações periódicas (o bot que compila promoções de passagens aéreas é um bom exemplo). O Kros, um serviço voltado para coordenar grupos de trabalho de forma mais simples que seus concorrentes também possui um, chamado XrosBot.

O único porém é que ele não é um robô e sim o próprio Ben David, fingindo ser um.

krosbot

O desenvolvedor diz que teve a ideia ao ler sobre o M, a assistente pessoal do Facebook que busca ser o mais impessoal e sem gênero possível mas que caso o algoritmo não dê conta das solicitações, humanos assumem a bronca. Logo ele teve a ideia de bancar o robozinho para interagir com humanos, de forma a ele próprio coletar as dúvidas e aflições dos usuários do Kros.

David teve o cuidado de soar o mais mecânico e artificial possível, inclusive tomando o cuidado de digitar as mensagens em outro app e depois aplicar um Ctrl+X/Ctrl+V (eu sei), de modo que o usuário não percebesse que ele estava digitando. O dev ouviu os usuários durante um mês e várias sugestões foram prontamente adotadas no Kros: o foco foi totalmente direcionado às características corporativas e tudo o mais foi cortado; o nome atribuído aos chats mudou de “Channels” para “Workgroups”; a introdução de novos usuários foi extremamente simplificada, permitindo que um membro só precise mandar um e-mail (ou uma mensagem no WhatsApp) ao convidado e o mesmo pode acessar a conversa através de um web app, sem precisar instalar nada. Chamadas de voz também foram um recurso que os usuários queriam e que foi implementado.

Isso é bom porque mostra as possiblidades que se abrem aos desenvolvedores que se prestam a ouvir o que seus usuários dizem. Na maioria das vezes uma avaliação ou um e-mail não é suficiente, há coisas que apenas só são expostas numa conversa. Claro que ninguém quer bancar o bot (empresas grandes? Pode esquecer), mas talvez manter o SAC funcionando com atendentes que sabem lidar com as pessoas seja uma boa opção.

Fonte: The Next Web.

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