Carlos Cardoso 8 anos atrás
Como os russos não ensinam mais datilografia em suas universidades, e importante trabalho relacionando Teoria Queer e Contabilidade já foi escrito, e por lá é frio demais para fazer performance de Macaquinhos, um grupo de estudantes da Universidade de Engenharia Mecânica de Moscow decidiu construir um satélite.
Só que cubesats não têm graça, isso é projeto de escola de ensino médio, você tem que ser muito incompetente pra não conseguir construir um satélite desses. Eles precisavam de um desafio, e que desafio maior do que criar o objeto mais brilhante do céu, fora Sol e Lua?
Nasceu o Mayak (farol), um cubesat de 3 unidades-padrão, que carrega uma carga especial: uma pirâmide de Mylar com 3 metros de lado. Ela será montada por um mini-esqueleto escamoteável, e girará lentamente arrastada pelo satélite, em uma órbita de 700 km de altitude.
Como o Mylar é altamente reflexivo, e a pirâmide é um conjunto de superfícies planas o Sol brilhará muito, tornando o Mayak facilmente identificável.
No lado científico ele será usado para testar a tecnologia de frenagem: a pirâmide gerará arrasto, pois mesmo naquela altitude a atmosfera não é 100% vácuo. Será medido o decaimento da órbita e como futuros satélites poderão usar equipamentos semelhantes para provocar uma reentrada mesmo sem usar combustível.
A melhor parte? Ao contrário do Brasil, que gastou R$ 400 mil em um Cubesat que não funcionou, o projeto dos estudantes russos vai custar US$ 20 mil (R$ 79 mil) e já está financiado, por crowdfunding.
O Mayak terá um app de celular para você usar e saber quando ele está passando por sua região.
A previsão de lançamento é para daqui a 126 dias, e como o lançamento será com um Soyuz, é bem provável que dê certo, mas mesmo que não dê, os testes estratosféricos que os estudantes fizeram já contam como ciência de verdade. Parabéns aos envolvidos.
Fonte: Gadgety News.