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Empresa gananciosa quer destruir o oceano num nível vilão do Capitão Planeta

Enquanto todo mundo se reúne em Paris para salvar o planeta do malvado aquecimento global; outros fazem de tudo para destruí-lo, como é o caso de uma empresa canadense que está prestes a minerar o solo dos oceanos, com robós malignos dignos de um filme ruim de orçamento grande.

8 anos atrás

capplanet

É bem perceptível que não estou nem aí para pandinhas, e que se o Mosquito Rajado Real da Birmânia tiver que ser desalojado para construção de uma usina nuclear, azar o dele, mas algumas vezes surgem empresas tão gananciosas, com projetos tão inescrupulosos que mesmo eu acho exagero. É o caso dessa tal Nautilus Minerals.

É uma empresa canadense que tem um objetivo: explorar o leito dos oceanos atrás de ouro, prata e cobre. Bronze* não porque o Bronze já é do Brasil! (*eu sei).

Existe uma fortuna incalculável nos oceanos, calcula-se 20 milhões de toneladas de ouro dissolvidas na água, mas a uma proporção de 13 bilionésimos de grama por litro, não é economicamente viável recuperar esse ouro. Já no solo é diferente, há regiões com concentração bem maior, e é aí que a Nautilus Minerals planeja atacar, e atacar é a palavra-chave.

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Eles construíram uma frota de robôs que percorrerá o leito do oceano, escavando revolvendo e sugando a terra. Como não é uma operação de mineração, não vão cavar fundo em um lugar, coletarão material superficial e seguirão adiante.

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As máquinas pegarão um trecho do fundo do mar e destruirão tudo, deixando um deserto revirado e sem vida.

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Nenhum dos metais é especialmente raro, não é o nióbio de Roraima. Claro que quanto mais ouro melhor mas o preço já está lá embaixo e sempre podemos contar com os realities do Discovery e do History para produzir mais. Não precisamos escavar os oceanos atrás dele.

Employees of Soil Machine Dynamics (SMD) work on a subsea mining machine being built for Nautilus Minerals at Wallsend, northern England April 14, 2014. High-tech advances, depleted easy-to-reach minerals onshore and historically high prices have boosted the idea of mining offshore, where metals can be fifteen times the quality of land deposits. The world's first deep sea mining robot sits idle on a British factory floor, waiting to claw up high grade copper and gold from the seabed off Papua New Guinea (PNG) - when a wrangle over terms is solved. Built by SMD, it will put Canadian listed Nautilus Minerals on course to become the first company to commercially mine in deep water. Picture taken April 14.   REUTERS/ Nigel Roddis  (BRITAIN - Tags: SOCIETY BUSINESS COMMODITIES)

Os oceanos já não estão em um estado excelente, em vários lugares a população de peixes caiu mais de 90%. Uma pesquisa descobriu que 25% dos peixes vendidos no mundo contém lixo humano, no sentido de plástico e derivados, não no sentido do sujeito que comemorou o incêndio no Museu da Língua Portuguesa.

Como todo destruidor o pessoal não vai detonar o próprio quintal. O primeiro sítio de exploração será na província da Nova Irlanda, em Papua-Nova Guiné. Esta região aqui:

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A idéia é começar os trabalhos em 2018, pois ainda estão construindo o navio que sediará a operação, mas no cronograma original deveriam ter lançado tudo em 2012, só que o Governo das Ilhas embarreirou o projeto. Depois de dois anos de inten$sas negociaçõ$ chegaram a um acordo, e de 2014 pra cá tudo vem correndo dentro do cronograma.

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Longe de mim ser contra a idéia de ganhar dinheiro, mas será que é preciso mesmo ser tão irresponsável, pensar tão a curto prazo, dar uma banana tão grande pro planeta? E o Canadá, que se diz tão progressista, vai deixar rolar? Spoiler: vai.

Fonte: Digital Trends.

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