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Por favor, não me assista jogando!

Alguma vez você se sentiu incomodado por saber que alguém está o assistindo jogar videogame? Qual seria a explicação para algumas pessoas não gostarem de ter alguém por perto enquanto jogam?

8 anos atrás

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De vez em quando algumas pessoas me perguntam porque não invisto na criação de vídeos onde me mostro jogando alguns games, produções que se tornaram bastante comuns em serviços como o YouTube ou o Twitch e que tornou algumas pessoas bastante conhecidos (pelo menos na internet).

Eu até já publiquei alguns vídeos assim no meu canal, mas confesso que esta não é uma área em que me sinto muito confortável e sempre me perguntei o porque disso. Na minha cabeça a culpa seria da falta de desenvoltura diante das câmeras e até por defender a ideia de que jogar é algo que exige minha total atenção, por isso não gostaria de ficar tagarelando ou fazendo palhaçadas enquanto tento me colocar nos mundos virtuais criados para os games. Eis que me deparo com esse trecho em um texto publicado por Alec Meer no blog Rock, Paper, Shotgun:

Eu não gosto quando as pessoas me assistem jogar. Acho que isso significa que eu nunca serei um ‘Let’s Player’. É uma coisa de longa data — eu fico envergonhado, me sinto incomodado, me torno extremamente consciente não apenas do que estou fazendo errado no jogo, mas da minha ‘bravura como gamer’. Toda a abrangente fantasia na minha cabeça, aquela imersão, se estilhaça num instante porque outra pessoa está ali. Mesmo se ela estiver em silêncio, sei que está assistindo e isso significa que censurarei meus grunhidos de aborrecimento, meus sorrisos de triunfo, minhas vulgaridades de frustração.

De fato, quando existe alguém assistindo o que estou jogando tenho a sensação de que parte do encanto se quebra, que a pessoa que estiver assistindo estará registrando todos os equívocos que eu cometer e que sem estar “vivenciando” ativamente aquela experiência, não conseguirá entender o que existe de fascinante em apenas explorar um cenário sem aparentemente ter um objetivo em mente.

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Como bem disse o autor, o pior é a sensação de que ao nos acompanhar jogando aquela pessoa conseguiu abrir uma janela para o mundo que naquele momento deveria ser apenas nosso, algo próximo de uma invasão de privacidade cometida por alguém que, fora do contexto, muitas vezes não conseguirá entender o que tanto nos prende neste ou naquele jogo e o simples fato de pensarmos nisso já pode ser o suficiente para estragar toda a nossa imersão.

No texto alguém chegou a comentar que parte dessa vergonha que sentimos se deve ao fato de que muitos ainda guardam um certo preconceito contra adultos que jogam videogame, o que de certa forma acho fazer sentido, mas independentemente de qual for o motivo, depois de pensar um pouco sobre o assunto cheguei a conclusão de que quando eu estiver jogando videogame, ficarei muito grato se você não invadir o meu mundinho.

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