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É oficial, endereços IPv4 estão esgotados na América do Norte

E aconteceu: não há mais endereços IPv4 disponíveis nos Estados Unidos e Canadá; protocolo de 32 bits não suporta mais do que 4,29 bilhões de combinações

8 anos e meio atrás

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Todos os especialistas vinham avisando isso há um bom tempo. Vira e mexe os canais de mídia especializada voltavam a abordar o assunto. Mas sabe como funciona o ser humano, “enquanto funciona tá valendo”. Nossa mania de empurrar com a barriga já causou problemas diversas vezes, e agora organizações que precisam de endereços de IP fixos nos Estados Unidos e Canadá terão uma bela dor de cabeça daqui para a frente: não há mais endereços IPv4 disponíveis nesses países.

Para entender o rolo é preciso primeiro compreender o que é IPv4 e seu sucessor, o IPv6. Ambos são protocolos de internet (é a tradução literal, Internet Protocol), combinações numéricas que estabelecem conexões entre os computadores da internet. Você sabe, todo dispositivo conectado possui um endereço para que possa enviar e receber dados, que pode ser dinâmico ou fixo. A maioria de nossas conexões utiliza endereços dinâmicos, mas empresas e organizações dependem de números fixos. É ai que começa o problema.

O IPv4, quarta versão do protocolo está no ar desde a introdução dos protocolos TCP/IP da ARPANET, em 1983. Na época, por considerar que o número de conexões efetivas não seria tão grande (é bom lembrar que a rede nasceu com o propósito de conectar o sistema de defesa dos Estados Unidos) foi utilizada uma matriz de 32 bits, ou 232 endereços possíveis. Assim, o IPv4 não suporta mais do que 4.294.967.296 combinações e como fica evidente, o sistema está no bico do corvo há anos: uma vez que todos os endereços tenham sido utilizados, adeus.

Foi o que aconteceu nesta semana. A ARIN (American Registry for Internet Numbers), associação responsável por gerir a disponibilidade de endereços IP nos Estados Unidos, Canadá, algumas nações do Caribe e Antártica (veja a lista) informou que não mais possui nenhum endereço disponível para ceder às organizações as quais atende. Soluções a longo prazo? Entrar na lista de espera ou comprar endereços de terceiros.

O mais correto é migrar para o IPv6. O novo protocolo resolve com folga o problema de limite de endereços pois trabalha com combinações em 128 bits, ou 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 combinações possíveis. É endereço que dá e sobra.

Se todo mundo sabia o que ia acontecer, por que não começamos a migrar antes da bomba estourar? Preguiça, limitações técnicas e dinheiro, claro. Primeiro, quem deseja blocos de IPv4 estará desposto a pagar, e sem a ARIN para regular o mercado os preços irão subir. Segundo, migrar para o IPv6 de cara não irá resolver tudo de uma vez, pois a comunicação depende de ambas as pontas utilizarem a mesma tecnologia e por enquanto, apenas cerca 10% das conexões o utilizam. O Brasil, que embora responda por cerca de 4,77% das conexões já está na frente do Canadá e Austrália, por exemplo. Estados Unidos, Bélgica, Suíça e Portugal estão entre os países líderes do ranking, segundo o Google. E por fim, o IPv4 continua funcionando…

Como agora a quantidade de endereços IPv4 disponíveis só encolhe, é fato que a adoção do IPv6 irá aumentar, embora eu acredite que ainda vai demorar um pouco para todo mundo adotar o novo protocolo.

Fonte: ARIN.

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