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O princípio EUquipe na criação de software

15 anos atrás

Era uma vez… um anúncio de emprego:

“Vaga: Estagiário de Sistemas/ Estagiário de Desenvolvimento
Requisitos:
- Formação superior em andamento na área de informática
- Inglês técnico
- Prática em programação web e teste de software

Conhecimentos desejáveis:
- Programação desktop
- Conhecimentos sobre webservices e xml
- UML, RUP e XP

Irá atuar em todas as fases do desenvolvimento de software: modelagem de negócios, análise de requisitos, projeto de software, implementação (principalmente), teste de software e implantação. Além de atuar na manutenção dos sistemas auais e suporte ao usuário.”

Esse pode parecer um anúncio de emprego do tipo Caracu, na qual o empregador entra com a cara e o candidato com o complemento. Mas nele se esconde, o princípio Euquipe.

 

A vantagem da área de tecnologia na área de empregos é que pode-se começar a trabalhar muito cedo. Aprende-se a programar sozinho, com alguma boa vontade, internet e/ou livros e muitas horas sentado escrevendo códigos, testando algoritmos, etc.

A questão é que desenvolvimento de software profissional deixou de ser uma atividade solitária de software e virou uma cadeia produtiva com especializações em diversas áreas e o conjunto delas é conhecido como Engenharia de Software. Da mesma forma que a Engenharia tradicional diversificou-se entre Civil, Mecânica, Elétrica, etc. A profissão ainda é nova e há uma enorme confusão até mesmo dentro do meio acadêmico.

O que é Engenharia de Software?

São um grupo de áreas de conhecimento que definem como criar e entregar software. De acordo com o IEEE Computer Society Software Engineering Body of Knowledge (SWEBOK), a lista de de Áreas de Conhecimento (KA ou Knowledge Area) é composta por:

  • Software requirements
  • Software design
  • Software construction
  • Software testing
  • Software maintenance
  • Software configuration management
  • Software engineering management
  • Software engineering process
  • Software engineering tools and methods
  • Software quality

Então imagine o super-estagiário que os canalhas acima querem laçar. Se traçarmos um paralelo com medicina, eles querem um: cirurgião geral, com especialização em neurologia, pneumologia, hematologia, barba, cabelo e bigode (depilar mulheres é um plus).

A culpa não é do RH das empresas, mas da cultura corporativa industrial: minimizar com a “mão de obra”. Em tecnologia é um das maiores fontes de gasto, mas também, a única geradora de renda, através de solução de problemas e inovação. Os profissionais resolvem um problema e se expressam em ferramentas, scripts, programas de computador, diagramas, documentos, planilhas, apresentações. Ou seja, você precisa de cérebros capazes de tratar, interpretar e apresentar informação, não apertadores de botões.

Para de enrolar Bicalho, o que é o Princípio Euquipe?

1. Princípio Euquipe é quando uma empresa ou prestador de serviço resolve economizar todo o processo de produção de software em cima de um único profissional. Todas as responsabilidades, do levantamento de requisitos, implementação, testes e homologação, manutenção e implantação, ficam sob os ombros de uma única pessoa.

É a sabotagem de um projeto antes mesmo de iniciado e uma atitude de mau caratismo. Tanta importância delegada a um único indivíduo não é motivo de comemoração. É a velha mania de terceirização da culpa, o “tirar da reta” para depois dizer: O fracasso do projeto foi porque o(a) Euquipe da Silva é um(a)  incompetente. Tudo estava sob responsabilidade dele(a) e deixou o projeto afundar.

E quem estava responsável pelo trabalho do profissional? Dessa pergunta, vem a segunda definição do Princípio Euquipe:

2. Ninguém é incompetente sozinho.

“Tudo o que é preciso para o mal prevalecer são os bons não fazerem nada.” (Edmund Burke)

Fonte: Bicalho’s Memory About Fraked Up Jobs, Websites de Emprego, SWEBOK

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