Ronaldo Gogoni 8 anos e meio atrás
Muita gente, de empresas a usuários avançados gostam de contar a historinha de que vivemos num mundo totalmente conectado, que a internet é o futuro e que tudo o que faremos daqui para a frente será ligado a ela, mas a realidade é bem diferente.
Segundo estudo recente da Comissão de Banda Larga das Nações Unidas, 57% da população mundial ainda está offline, cerca de 4,2 bilhões de pessoas. E sem muita surpresa, quanto menos desenvolvido o país menores as chances de uma população conectada.
Como está a distribuição de acesso à internet pelo mundo: nas nações desenvolvidas a média é de 80% dos cidadãos com acesso à internet. Nos países em desenvolvimento esse número cai para 35%. Os dez países com maior presença de internet estão todos na Ásia e Oriente Médio, com a Coreia do Sul encabeçando a lista: 98,5% das residências possuem internet.
Porém, quanto mais atrasado o país pior se torna a situação. Os índices mais baixos estão, sem muita surpresa na África subsaariana. Em nações como Guiné Equatorial, Somália e Eritreia apenas 2% dos cidadãos têm internet.
O principal fator da desigualdade é de fato o desenvolvimento. Países mais ricos gozam de melhor infraestrutura e maiores investimentos governamentais. Se o país é pobre, com sérios problemas de alimentação e saneamento básico, a internet é posta de lado. Em algumas regiões a desigualdade de gênero também contribui para uma parcela da população continuar sem internet.
E o Brasil? Por aqui 57% da população está conectada, o que deixa cerca de 86 milhões de pessoas sem acesso. 48% das nossas residências possuem internet, 78% têm smartphones com internet móvel e 11,5% são assinantes de banda larga. É um bom número, mas ainda longe do “mundo conectado” de que alguns gostam de falar.
Para a ONU, a internet pode ser utilizada como uma ferramenta para agilizar o desenvolvimento dos países mais necessitados, mas a expansão da rede depende de investimentos pesados em infra e da democratização do acesso. Tomando o Brasil como exemplo, por aqui internet ainda é cara e lenta, com uma das piores relações custo/benefício do mundo. Portanto, ainda vai demorar muito para chegarmos a um ponto onde a grande maioria poderá acessar a internet em casa ou na rua.
Fonte: Broadband Comission (cuidado, PDF).