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Na Dinamarca, tutoriais do balde de pipoca dão cadeia

A indústria do copyright está indo longe demais: polícia dinamarquesa prende dois homens por manterem sites que ensinam como usar o balde de pipoca

8 anos e meio atrás

popcorn

O balde de pipoca, aquele conveniente app de streaming que transmite filmes e séries compartilhados via P2P com comodidade para aqueles que não querem apelar para a Locadora e correr atrás de legendas é um sucesso, já gerou um filhote com conteúdo educativo e mais importante, está deixando a indústria do copyright fula nas calças. Claro, há problemas mas no geral ele é adorado pela comunidade.

Aos donos de conteúdo estão tão doidos que agora estão mirando não só os desenvolvedores e o BitTorrent — que é a fonte de seu poder — como aqueles que sequer mencionam sua existência. Como já explicado antes a simples postagem do nome do programa no MeioBit já nos deu dor de cabeça com o AdSense, mas isso não é nada perto do que aconteceu na Dinamarca.

A polícia dinamarquesa nesta semana prendeu dois homens e fechou dois sites sob a acusação de infringirem as leis de direitos autorais. Aí você se pergunta: eles hospedavam torrents? Links de download para filmes e músicas? Nada disso, ambos domínios, agora fechados eram sites com tutoriais de uso do balde de pipoca.

Isso mesmo, tutoriais. Não havia nenhum tipo de material com copyright hospedado. NENHUM. Eles tampouco fazem parte do time de desenvolvimento do programa de streaming alternativo. Eram apenas entusiastas do programa que ensinavam os internautas como instalar e operar o software. Nada mais.

De acordo com documentos relativos ao processo que levou às prisões, a Corte Distrital Dinamarquesa entende que ambos violaram a lei de copyright ao agirem como facilitadores, compartilhando conhecimento que incite a pirataria.

Agora a pérola: por NÃO hospedarem material com copyright os dois donos dos sites fechados podem pegar até seis anos de cadeia. Assim fica difícil brincar.

O pior é que isso não é necessariamente uma novidade na Europa: o BREIN, o serviço de proteção à propriedade intelectual dos Países Baixos fechou seis sites similares no início deste ano, se valendo do mesmo argumento. A diferença é que pela primeira vez alguém foi em cana por compartilhar conhecimento, e não material protegido.

Do jeito que as coisas andam não me surpreenderia se a turma do copyright decidir ir atrás de sites de notícias por simplesmente falarem do balde de pipoca. Afinal, estão mencionando sua existência para seus leitores que só precisam ir ao Google e procura-lo. Claro, a menos que convençam Mountain View a atomizar o programa e removê-lo de seus resultados, o que não duvido que aconteça.

Fonte: Torrent Freak.

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