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Windows Open Source ou gratuito?

15 anos atrás

Charles Babcock escreveu um interessante artigo para a InformationWeek. Nele, o autor defende a tese de que, cedo ou tarde, a Microsoft abrirá completamente o código do Windows, liberando-o para download e aceitando modificações da comunidade. Como assim, Flipper?

A idéia parece estranha? A mim também pareceu, mas Babcock citou outro caso de sistema operacional que jamais ("jamais" algum tempo atrás) imaginaríamos que se tornasse "open": o Solaris.

A Microsoft, pressionada no mercado de "netbooks", fazendo água com o Windows Vista e atrasada para a onda de "cloud computing", não teria outra opção para manter os desenvolvedores e os produtos que mais geram lucro (como o pacote Office) a não ser abrir o código do S.O.

O artigo é muito bem escrito, vale a leitura, mas não me convence por vários motivos. Primeiro, porque abrir o código do Windows jogaria o mundo no mais profundo caos. Imagine uma vovó indo até as Casas Bahia e comprando um micro. O vendedor, muito solícito, pergunta: "E a senhora vai querer qual sistema operacinal? Temos o Microsoft Windows, o RedHat Windows, o Bahia Windows, o CCE Windows e, claro, o Positivo Janelas. Ah! Também temos o GNU/Linux® se a senhora preferir...". Seria a visão do inferno...

Falando mais seriamente: a MS poderia, simplesmente, dar o Windows Qualquer-Coisa Starter Edition. DAR. Gratuitamente. Sem ônus. For free. Pronto! Garante uma recuperação praticamente instantânea no mercado doméstico e nas pequenas empresas que realmente não podem pagar pelo sistema (que, na versão OEM nem é assim aquele absurdo de caro...). E a roda volta a girar no sentido que o Ballmer adora: todo mundo usa Windows, portanto, todo desenvolvedor aprende Windows na escola e assim por diante. Sem liberar nem uma linha de código.

Uma outra vantagem desse modelo: "embutido" no pacote gratuito, haveria um link para os "serviços agregados" na internet. Google Docs? Nada disso, meu amigo! Microsoft Office Live. Gratuito para estudantes e donas-de-casa, baratinho para as empresas. E a roda gira com mais força...

Já no mercado de celulares, onde o Windows  Mobile come poeira até da Apple, a coisa poderia ser diferente? Aparecer um "Windows Mobile Open"? Duvido muito... a MS tem recursos (humanos e financeiros) para: ou desenvolver um novo sistema, ou dar o Windows Mobile para os fabricantes. Dar, não doar. E agregar valor em serviços online...

Enfim, há dezenas de formas da MS continuar "na crista da onda". Ela é expert nisso. Só duvido que uma delas seja a abertura do seu código. Se, algum dia, eu queimar minha língua, talvez o mundo tenha seguido adiante e o Windows tenha perdido sua liderança para o OS X... produtos comerciais que liberaram o código, geralmente só o fizeram depois que não eram mais comercialmente viáveis (Eudora, alguém?).

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