Scorpions — Return to Forever

Tem gente que conhece o Scorpions no Brasil por apenas duas músicas. As baladas que fizeram parte de todas as coletâneas de rock melacueca que tivemos em território nacional nos últimos 20 anos. Estou falando de Wind of Change e Still Loving You. Mesmo que você nunca tenha comprado um disco da banda, certamente vai conhecer essas músicas. Tendo lançado seu primeiro disco em 1972, a banda alemã se destacou como um dos nomes mais fortes do Hard Rock mundial e fez a alegria de muitos jovens que queriam apenas curtir um som bacana e divertido. Aliás, essa deveria ser a fórmula de toda banda do estilo.

Embora tenha alcançado sucesso descomunal nas décadas de 1980 e 1990, o Scorpions anda meio apagado nos últimos anos. Sei que é impossível se manter no topo para sempre, mas a qualidade dos lançamentos realmente estava um pouco abaixo da média. Para termos uma ideia, o último disco com venda expressiva da banda foi o Pure Instinct de 1996. Em momentos de crise é que ideias de reaproveitamento começam a aparecer.

Tenho aqui em minhas mãos o novo disco do grupo. Return to Forever foi lançado em 20 de fevereiro de 2015 na Europa. Sucessor do Comeblack de 2011 (que teve um impacto inexpressivo) o disco vem com a proposta de reaproveitar músicas que ficaram de fora de discos famosos e com novas roupagens. Dessa maneira, temos aqui as sobras de estúdio dos álbuns Blackout (1982), Love at First Sting (1984), Savage Amusement (1988) e Crazy World (1990). Segundo a banda, o que existia eram apenas letras e ritmos rudimentares. Junto a essas canções foram adicionadas novas composições e com isso temos o nascimento do 19º disco de estúdio da banda.

E isso tudo funcionou? Sim, com certeza. As músicas podem ser composições antigas, mas temos roupagens mais modernas em sua execução, isso sem perder o espírito de ritmo e diversão da década de 1980. Acho que esse é o grande trunfo desse disco. Um retorno ao passado sem o cheiro de naftalina. Você vai vibrar com músicas como Going Out With A Bang, Rock My Car e Rock 'N' Roll Band. Também não podemos esquecer das baladas como Rollin' Home, House Of Cards e Eye Of The Storm. São doze músicas que vão te fazer sentir o espírito do Hard Rock novamente. A versão especial que tenho ainda contém 4 músicas extras.

A banda está afiadíssima e nem parece que o vocalista Klaus Meine está nessa brincadeira deste 1970. Os outros membros da banda são Rudolf Schenker (guitarra), Matthias Jabs (guitarra), James Kottak (bateria) e Pawel Maciwoda (baixo). Um bando de senhores que ainda parece se divertir muito. A recepção do disco foi muito boa na Europa. Na Alemanha o disco ficou em 2º lugar nas vendas (o disco anterior ficou em 26º). Infelizmente não encontrei o disco a venda no Brasil nas grandes lojas online. Tive que recorrer ao Mercado Livre e comprar uma versão importada. Média de preço de R$ 45,00 a R$ 80,00.