Carlos Cardoso 9 anos atrás
Imagine uma série de discos de vidro com uma cobertura magnética. Eles estão girando a uma velocidade de quinze mil rotações por minuto. Um braço mecânico posiciona uma cabeça de leitura a um micro-pentelhonésimo de milímetro da delicadíssima superfície do disco. Separando os dois somente uma camada de hélio, a turbulência do disco impede que a cabeça encoste nele, causando um acidente catastrófico.
Aí você fecha a tampa do notebook e joga na cama.
HDs são equipamentos aterrorizantes que não deveriam funcionar, e mesmo funcionando deveriam ser instalados dentro de bebês-panda, para evitar qualquer destrato.
Arthur Clarke dizia que uma máquina não pode ter qualquer parte móvel, e no caso dos HDs isso faz sentido. Mesmo que a performance fosse a mesma os SSDs — Discos de Estado Sólido (como se os HDs fossem feitos de goiabada) já valeriam o upgrade.
Só que SSDs são muito melhores, não só pela segurança mas pela performance. Trocar um HD por um SSD é uma experiência religiosa. É o melhor upgrade que alguém pode fazer. Pena que é caro, mas isso está mudando.
Quando surgiram os SSDs custavam US$ 40/GB. No final do ano passado já havia SSDs a US$ 0,35/GB. Uma queda impressionante, mas o custo de HDs está na faixa de US$ 0,03/GB.
Isso tudo é ficção científica se considerarmos isto aqui:
É um Apple ProFile, um harddisk externo compatível com o Apple III, foi lançado em 1981. Armazenava incríveis 5 MB e custava US$ 3.500,00. Em dinheiro de hoje, US$ 9.000,00. O custo/GB era de US$ 700 MIL.
Agora que a tecnologia 3D NAND está chegando ao mercado especialistas estão prevendo tempos tenebrosos para os fabricantes de HDs. Até o final do ano que vem os SSDs atingirão o mesmo preço por gigabyte dos HDs, Quanto a armazenamento, ainda em 2015 teremos discos (o termo não faz sentido, mas agora já era) de 8 TB, e em 2016 chegarão os SSDs de 16 TB.
Enquanto isso os HDs estão chegando no fim de sua evolução, não há muito mais para onde correr. Duvida-se que eles consigam vencer a barreira dos 16 TB, já os SSDs de 30 TB estão previstos para 2018.
Agora o lado bom pra gente: essa queda de preços forçará os fabricantes de HD a despejarem produtos baratos no mercado. Por mais que você tenha um SSD supimpa fazendo o grosso do trabalho, poderá comprar HDs mais em conta pra guardar seus filmes educativos.
Isso claro se a indústria não resolver que está tudo muito barato, e inventar um incêndio em alguma fábrica de SSDs/HDs e empurrar o preço pra cima mais alguns anos.
Fonte: Network Computing.