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Tecnologia da Informação: o absorvedor de profissões

15 anos atrás

Mas tenho notado que a informática está de tal forma permeada em outras profissões, que fica difícil separar quando o profissional é de TI ou quando ele é de economia ou administração.

Certa vez, puder ver uma planilha Excel, feita por um cliente que gostaria de convertê-la em um sistema web. O responsável pela criação da planilha era do financeiro da empresa e usuário do Excel há anos. Foi a planilha mais complexa, bonita e organizada que eu já vi na minha vida. Dezenas de regras de negócio, parte tributária, comissões, tudo dentro desse “sistema em arquivo”. Macros, muitas e muitas macros, com dezenas de fórmulas e cálculos.

Tudo isso foi feito por uma pessoa que obviamente domina a sua principal ferramenta de trabalho. Ele é um profissional com alta capacitação tecnológica? Não. Mas sabe tecnologia o suficiente para desempenhar bem o seu papel, que é o objetivo das suas atividades: o financeiro e contábil da empresa.

Ainda impressiona como a Informática absorve gente das mais variadas formações. Publicitários, economistas, admnistradores, médicos, dentitas, veterinários, etc. Pensando um pouco nos motivos, tem a imaturidade da profissão. Mas se pensarmos além, é o novo perfil profissional: plural, multitarefas, multidisciplinar e antenado em assuntos que não dizem respeito apenas à tecnologia.

Um farmacêutico que saiba lógica de programação e consiga criar um programa para otimizar os processos de controle de fabricação de medicamentos. E faz isso porque detém o conhecimento dos negócios, do business.

Isso causa um certo desconforto entre os profissionais de TI. Por causa dessa interação, há uma enormidade de charlatões que se diz entender de software, de programação e boas práticas. É uma praga e não vai acabar tão cedo. Há muita incompetência no mercado e os bons ficam chupando dedo enquanto um bom “marketeiro  pessoal” tecnicamente inepto, sobe no ranking da empresa. O maior motivo único (existem vários) que causa falhas em projetos é má gestão, ou seja, gerência ruim.

Para ser um bom profissional de tecnologia hoje, não basta apenas a competência técnica. É preciso ter uma série de outros pequenos talentos como boa comunicação, relacionamento inter-pessoal e entender dos negócios da empresa onde se trabalha. O profissional puramente técnico sempre terá lugar ao sol, mas não espere evoluir se o perfil também não evoluir. Vou aproveitar para encerrar o post com mais um exemplo:

Uma pessoa formada em economia, sabe falar inglês, é uma curiosa por natureza e fez um curso de SAP para o módulo FI. Sabe programar o básico, como estruturas de repetição e condicionais. A outra, é um cientista de computação, um ás em Java, inglês apenas técnico, mas sabe WebSphere e boas práticas de programação e padrões de projetos.

Formações diferentes, mas possuem lugar no mercado de tecnologia. O cara de Java jamais seria feliz trabalhando em algo engessado como o SAP. O economista não saberia nem como configurar um arquivo XML.

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