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Jornalistas ingleses se recusarão a tomar lugar de fotógrafos

Isso é muito triste. A tendência de matar o fotojornalismo continua. Agora a moda na Inglaterra é cortar empregos e mandar trainees. Felizmente o Sindicato dos Jornalistas não gostou e um grupo avisou que vão se recusar a cumprir tarefas que seriam feitas antes por fotógrafos profissionais.

9 anos atrás

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Uma das imagens icônicas da 2ª Guerra. Feita por Robert Capa, não um estagiário com um HiPhone.

O fotojornalismo está morrendo. E não é de hoje. Em 2013 noticiamos um jornal dos EUA que teve a idéia de jerico de fechar seu departamento de fotojornalismo, mandando os repórteres se virarem com celular, no melhor estilo “sobe qualquer bosta”.

Além de um desrespeito total com a figura do repórter fotográfico, é um desrespeito ao leitor. O jornalista que deveria apurar a matéria agora tem que jogar nas 12 e fazer fotinha também? Que tal pedir logo pra ele ao mesmo tempo tuitar, postar no Feici e fazer uns vídeos pro vlog do jornal, editando no ônibus enquanto volta pra redação?

Um bom repórter fotográfico leva anos para ficar pronto. Não é algo que se aprende em faculdade. O sujeito tem que ralar muito, fotografar muito político mascarado antes de pegar as manhas e sacar o momento exato de fazer um clique assim:

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A tendência parece ser mundial e inevitável mas não é por isso que os bons profissionais desistirão de lutar contra ela.

Agora no Reino Unido o Sindicato Nacional dos Jornalistas, com 38 mil profissionais associados, está se erguendo contra esse abuso. Uma de suas regionais, em Stourbridge Newsquest decidiu que ninguém mais vai aceitar tarefas que seriam dadas normalmente a fotógrafos profissionais.

A esperança é que outras regionais assumam a mesma postura.

Até a Reuters está passando o Passaralho, reduzindo seu staff de 18 para 15 fotógrafos. A Newsquest está reduzindo a equipe de 4 fotógrafos, um tempo integral e 3 meio-expediente para um só, em tempo integral. Outras agências e jornais usarão freelancers em caso de matérias distantes, e o feijão-com-arroz está sendo feito por trainees.

Automação é uma coisa boa. Ninguém precisa de ascensoristas ou frentistas São empregos que se perdem em nome da eficiência, mas no caso do fotojornalista a substituição NÃO é satisfatória. Há uma perda de qualidade apreciável no produto final.

Complicado é convencer os editores a bancar um departamento de fotografia, quando um Maurício Lima da vida divide espaço e atenção com o Buzzfeed e 18 gatinhos em poses que você não vai acreditar.

Fonte: PP.

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