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YouTube chega a acordo com indies; Music Key será lançado nas próximas semanas

Gravadoras indies teriam chegado a um acordo com o YouTube e não estariam mais sob ameaça de serem chutadas; Music Key pode ser lançado até o fim do ano

9 anos atrás

adele-oscar

Há algum tempo atrás o YouTube anunciou um plano para entrar de cabeça no mercado de streaming de música e vídeos, que consiste em oferecer um serviço premium que vai oferecer ao usuário acesso a toda a sua biblioteca sem propagandas, sem interrupções, com suporte a execução off-line e em segundo plano, bem discografias completas e shows de seus artistas favoritos.

Porém o Google estaria jogando sujo para fazer do chamado YouTube Music Key um sucesso: enquanto grandes gravadoras como Universal, Sony e Warner fecharam contratos gordos, selos e artistas independentes estariam sendo pressionados a aceitarem acordos menos favoráveis sob pena de serem excluídos até do serviço gratuito.

É uma questão de números: para o Google quem possui mais artistas sob sua asa e gera mais pageviews brutos tem direito de receber mais, enquanto que os indies teriam que se contentar com menos dinheiro. Segundo fontes Mountain View poderia tomar dois cursos de ação distintos: aqueles que não aceitarem correriam o risco de ser sumariamente excluídos do YouTube, ou poderiam manter seus vídeos mas não mais teriam a opção de monetizá-los.

O grande problema é que artistas grandes estão nesse barco: Artic Monkeys, Jack White, Radiohead e Adele são só alguns exemplos do quão prejudicial seria para ambas as partes se seus vídeos sumissem de uma hora para outra do YouTube, mas ainda assim o Google não estaria interessado em ceder, mesmo tendo estendido o prazo das negociações. Para completar a União Europeia está de olho, pois considera a ação do Google mais uma vez uma ação anticompetitiva.

Entretanto a insistência das gravadoras independentes, milhares delas representadas pela agência Merlin surtiu efeito: de acordo com fontes próximas à negociação, as conversas entre as partes chegaram a um entendimento final muito mais favorável à Merlin e aos artistas que representa do que o acordo original apresentado em junho. Resumindo, o YouTube não mais chutaria os artistas que não concordassem com suas condições, e assim o acordo foi enfim fechado com os indies aceitando a quantia que o Google ofereceu (não se sabe entretanto se os valores foram renegociados).

O anúncio veio em boa hora pois o Spotify anunciou recentemente que seu número de  usuários ativos dobrou em seis meses, atingindo a marca de 50 milhões. Com o último obstáculo removido o YouTube Music Key pode ser anunciado daqui a algumas semanas, dentro do cronograma inicial de colocá-lo no ar a tempo das festas de fim de ano. Com um serviço de streaming o Google terá força para bater de frente com Spotify, Deezer, Rdio e vários outros, com a vantagem de já ter uma biblioteca gigante à sua disposição.

Ainda que eu ache que o acordo favoreça muito mais o Google do que os artistas, ao menos a pressão dos mesmos forçou a gigante a voltar atrás e agir de forma mais comedida, pois chutar artistas como Adele e outros de seu serviço gratuito por não querer pagar um valor justo seria prejudicial à imagem do YouTube como um todo. Mas como eu disse antes Mountain View detém a faca, o queijo, o rato e o gato: para ela dá mais retorno se manter fiel a gravadoras grandes cujos inúmeros artistas geram mais visualizações e consequentemente mais dinheiro, enquanto ela desce o sarrafo nos pequenos.

Fonte: FT.

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