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Review: Novo Moto G, o melhor no que faz

Leia nossas impressões sobre o novo Moto G, a segunda geração do smartphone intermediário da Motorola que é um dos melhores em sua categoria

9 anos e meio atrás

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A ideia da Motorola com Moto G original era oferecer uma experiência de uso se não tal qual um aparelho de ponta como seu primeiro Moto X (que também não era tão high end assim) ao menos próxima e satisfatória, e ao mesmo tempo ser um aparelho de performance superior aos seus principais concorrentes mid-low.

O segredo foi absorver o know-how do Google e criar produtos que entregasse um feeling completo, focassem na experiência de uso e não nas especificações. Soa como a Apple, mas caiu como uma luva para os recentes lançamentos da Motorola.

E agora ela não só repete a dose com o novo Moto G como vai além: é seguro afirmar que em sua faixa de preço, nada se compara a esse smartphone.


O Hardware

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Primeiro falemos friamente das especificações: o novo Moto G conta com um SoC Snapdragon 400, quad-core com CPU Cortex-A7 com clock de 1,2 GHz e GPU Adreno 305, 1 GB de RAM, 8 ou 16 GB de armazenamento interno dependendo do modelo (expansível via micro-SD até 32 GB, algo que o Moto G anterior não tinha), Android 4.4.4 KitKat (com upgrade garantido para o Android L), bateria embutida de 2.070 mAh e dimensões de 7,1 × 14,2 × 1,2 cm. É um aparelho relativamente grande em comparação com a geração anterior (é o mesmo tamanho do novo Moto X inclusive), porém possui excelente pegada e encaixa confortavelmente na mão, embora as minhas sejam um pouco grandes.

Isso é o máximo que dá para falar do hardware, porque o foco da Motorola não é fornecer uma ficha fria de especificações. Imitando a Apple e fazendo uso da expertise do Google (apesar de já ter sido vendida para a Lenovo, os créditos pelos aparelhos de 2014 ainda são de Mountain View), a empresa se focou em oferecer um smartphone intermediário com experiência de uso excelente, que não deve em nada a dispositivos mais potentes e dá um banho nos mid-lows similares do mercado, principalmente os da Samsung. Mesmo utilizando o mesmo processador do modelo anterior, não dá para dizer que seu desempenho é prejudicado. Entretanto há uma reclamação a fazer: na minha opinião a Motorola deveria ter utilizado o Snapdragon 410 e ter dotado o smartphone com conectividade 4G logo de cara, embora ele seja de 64 bits (o que poderia encarecer o device). Por causa disso uma versão com o feature pode vir a aparecer futuramente.

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O display do Novo Moto G é um IPS de 5 polegadas com resolução HD, totalizando uma densidade de 294 ppi e protegida pelo nosso velho amigo Gorilla Glass. Com um excelente ângulo de visão de 178º, é preciso inclinar muito o aparelho para perder a visibilidade da tela. O brilho dela também é excelente e curiosamente o branco dela é mais branco do que o do display do novo Moto X (essa não é a única vantagem desse aparelho sobre seu irmão maior). Como o Android 4.4 KitKat foi feito para dispositivos mais modestos, o robozinho passeia no Moto G.

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Por fim o Moto G avaliado era um modelo Dual-SIM com TV digital, mas devido a certas particularidades (mencionadas mais para frente) esse último quesito não pôde ser avaliado a contento. A tampa traseira, a chamada Motorola Shell é facilmente removível, dando acesso aos chips e à entrada do cartão de memória Micro-SD. A bateria é evidentemente embutida, como na geração anterior. O kit ainda acompanha uma Shell turquesa além da tradicional grafite, e há a disponibilidade de adquirir diversas outras cores para fins de personalização.

Performance

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Na hora do uso o Moto G não decepciona. Ao contrário do que possa parecer, o chip já um tanto defasado e a pouca memória RAM dão conta de qualquer coisa em execução no aparelhinho, e mesmo em modo multitarefa agressivo ele dificilmente pede água. Após instalar meus aplicativos de uso normal (redes sociais, WordPress, leitores de Feeds, executores de mídia, Netflix e etc), transitar por todos eles é uma tarefa bem simples. Entendam uma coisa: eu estou há dois anos utilizando um Galaxy S3, que só ganhou uma sobrevida porque eu instalei o CyanogenMod nele (aliás com o update M11 M10, que saiu ontem).

Como smartphone de ponta que o S3 era, estou acostumado a fazer diversas coisas nele porque ele era pra isso, só que de lá para cá as coisas escalaram um pouquinho, o consumo de recursos feito pelos apps aumentou em geral, fora novas aplicações que surgiram. E onde hoje o top de 2012 da Sammy pede penico, o Moto G nem sua. OK, são dois anos de diferença mas o hardware de ambos é bem próximo, mostrando mais uma vez que além dos specs, a Motorola se preocupou com a performance em geral.

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Em se tratando de apps de trabalho e redes sociais, nada a reclamar. Execução de mídia tão pouco. Ele suportou streaming para o Chromecast via Netflix, YouTube e Crunchyroll com uma mão nas costas. Execução de vídeos via CPU com o VLC? Sem problema, um filme em Full HD não conseguiu nem que ele esquentasse muito, nem mesmo um jogo relativamente pesado como Asphalt 8. OK, o consumo de bateria desceu para uns 62%, comprometendo um pouco a autonomia de "um dia inteiro" prometida pela Motorola. Para casos extremos a empresa vende o Power Pack Slim 2000, que injeta mais uma carga completa em poucos minutos no gadget. Infelizmente esse excelente acessório não está disponível no Brasil por enquanto.

Por mais que eu tenha me esforçado não consegui zerar sua bateria. Nem em uma ocasião em que fiquei o dia inteiro fora, utilizando redes sociais e trabalhando, tirando fotos e o escambau… não foi preciso conectá-lo a uma tomada nenhuma vez. Ao chegar em casa ele ainda tinha energia suficiente para algumas firulas, sem nem ter entrado em estado de alerta.

Câmera

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A câmera é além do display a grande surpresa do Moto G de segunda geração. De forma surpreendente o conjunto presente nesse device, com 8 megapixels e auto-foco e Flash LED é levemente melhor que a de 13 MP acondicionada no Novo Moto X. Testes preliminares feitos por aí apontam que o dispositivo de ponta da Motorola realiza fotos com alta granulação, o que simplesmente não acontece aqui. Clique na imagem acima e confira.

Muitos recursos como panorama, HDR, filmagem em 720p e Geo-Tagging foram atrelados a um app fácil de manusear, sem um comando fixo para disparo: basta tocar em qualquer lugar da tela para tirar uma foto. Por fim, a câmera frontal de 2 MP não é nada mais do que o básico mas não decepciona.

Extras

Uma adição que pode fazer a diferença para muita gente é a versão com TV digital, que foi a testada por mim, o acessório de antena, que pode ser ligado em conjunto com o fone provê a captação dos canais, mas como eu moro num dos recônditos da Terra desnecessário dizer que o teste do recurso em si saiu prejudicado. Com dificuldade consegui sintonizar dois canais e assistir à programação, mas em defesa do aparelho o problema estava do outro lado. é um custo adicional questionável para mim, mas muita gente gosta de assistir a novela ou o futebol enquanto volta do trabalho ou da faculdade, então pode ser que o modelo venda bem mesmo sendo o mais caro.

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Outras coisas interessantes do Moto G são suas particularidades de uso. O Android é sim puro, mas coisas interessantes como Google Now que é acionado diretamente por voz sem necessidade de toque (ele não ouve o tempo todo como o Moto X, entretanto) e assistentes como o Migração Motorola, que permite copiar todos os seus dados de aplicativos de um Android antigo para ele ou migrar contatos de um iPhone e o Motorola Assist, que permite personalizar comportamentos para diversas situações do dia: no trabalho, dirigindo, em casa ou dormindo.

Conclusão

Caso você possua o Moto G, principalmente a versão com 4G fica difícil recomendar o upgrade, pois as melhorias mais sensíveis são a tela maior e uma câmera bem capaz. Caso você tenha um dispositivo de entrada e queira adquirir um aparelho mediano e não queira gastar muito, não pense duas vezes e pegue um Novo Moto G. Com preços de R$ 699 na versão de 8 GB, R$ 729 pelo modelo com 16 GB e R$ 799 pelo mais completo, 16 GB e TV digital (todos são Dual-SIM), não há nenhum aparelho em sua categoria com uma relação custo/benefício tão boa.

Pontos fortes:

  • tela maior e bem nítida;
  • câmera melhor que a presente no Novo Moto X;
  • excelente performance;
  • relação custo/benefício sem paralelo no mercado brasileiro.

 
Ponto fraco:

  • não tem 4G.

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