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A visão de um fotojornalista sobre o The Last of Us

Para mostrar o quão impactante os jogos podem ser, revista Time coloca fotojornalista para registrar cenas do The Last of Us Remastered e sua reação ao jogo surpreende.

9 anos e meio atrás

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Uma das tarefas mais complicadas em que uma pessoa pode ser meter é cobrir uma guerra como jornalista. Se as muitas atrocidades cometidas em conflitos são suficiente para perturbar até os soldados que estão participando diretamente deles, imagino o impacto que podem ter na mente de alguém que está ali apenas para retratá-las, mas mesmo assim Ashley Gilbertson decidiu seguiu por este caminho.

Tendo colocado sua vida em risco para atuar como fotojornalista nas guerras do Iraque e do Afeganistão, ele viu suas imagens serem estampadas nas páginas do New Yorker e da New York Times Magazine, mas recentemente a revista Time lhe deu uma missão bastante diferente: registrar alguns momentos vividos no The Last of Us Remastered.

Funcionando como um experimento para o blog LightBox, a ideia era aproveitar um recurso presente na versão do game para o PlayStation 4 que permite que o jogador manipule a câmera para tirar fotos do apocalipse zumbi criado pela Naughty Dog e como alguém que não está habituado aos games, o que ele viu e viveu talvez seja mais importante do que aquilo que foi registrado.

Após pouco tempo jogando, percebi que estava tendo reações muito fortes em relação ao meu papel como protagonista: eu odiei isso. Quando cubro guerras reais, faço isso com uma câmera, não com uma arma. Eu casa, joguei por 30 minutos antes de perceber que estava com o estomago embrulhado, com a visão borrada e eventualmente, que havia desmoronado. Senti como se aquilo pudesse muito bem ser meu ultimo trabalho para a Time.

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Então ele foi ao escritório da revista e pediu para que alguém jogasse para ele, assumindo o controle apenas nos momentos em que queria tirar uma foto. Isso fez com que a coisa começasse a fluir mais facilmente, funcionando de forma mais natural, mas claro, com a diferença de que ele poderia parar o tempo para registrar a cena.

O curioso é que apesar da violência presente no jogo ter lhe impressionado, o fotojornalista criticou a falta de emoção presente nos rostos dos personagens, sem que eles mostrassem qualquer traço de aflição e como estamos falando de uma obra pós-apocalíptica, ele achou estranho não poder explorar os sentimentos em suas fotos.

Esse caso serve para entendermos que, apesar de termos muito o que evoluir em relação ao sentimento passado nos games, estar no papel de protagonista pode ser uma experiência que nem todos estão dispostos a assumir, mesmo tendo presenciado situações verdadeiramente traumatizantes.

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