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Minecraft: novas regras desagradam donos de servidores pagos, Nintendo se mostra interessada

Entenda a polêmica por trás da mudança nos termos de uso do Minecraft Realms e Minecraft Premium, serviços que permitem que você seja dono de servidores oficiais do famoso jogo da Mojang. Até a Nintendo quer entrar nessa!

10 anos atrás

Laguna_Minecraft_Mario_Link

O tio Laguna já brincou muito com Minecraft (Crédito: meu TwitPic)

Com o perdão da rima, mas tem dias que não entendo a Nintendo mesmo eu sendo fã: por causa da bolha em que se fechou, a japonesa vive perdendo grandes oportunidades de excelentes negócios.

Dia desses soubemos que o fenômeno (lá fora, na civilização) dos brinquedos relacionados aos jogos Skylanders poderia ter sido exclusivo da Big ‘N’. Aí notamos que o maior expoente dos games indie está presente em todos os consoles e plataformas, menos em qualquer console Nintendo. Sim, estamos a falar de Minecraft.

Em entrevista ao Kotaku logo após a vitoriosa E3, os desenvolvedores-chefe Shigeru Miyamoto e Shinya Takahashi falaram sobre essa estranha ausência nos consoles Nintendo:

Shigeru Miyamoto: “Não joguei ‘Minecraft’ ainda, mas já ouvi falarem muito bem desse jogo. Ele lá, você mesmo [Miyamoto apontando Takahashi] deve saber bem mais que eu sobre isso aí, mas gosto do estilo desse indie e ‘Mario Maker’ me parece ser algo que beberia da mesma fonte.”

Shinya Takahashi: “A divisão SPD da Nintendo sempre tentou imaginar algumas maneiras de usar o GamePad [do Wii U] para tornar games como o ‘Minecraft’ mais fáceis de as crianças jogarem. Isso inclusive em nosso portátil, o 3DS. Algo curioso é que no Japão ‘Minecraft’ não é tão popular quanto no ocidente e já consideramos fazer uma parceria [com a Mojang] para ajudar o título a ser mais popular no arquipélago.”

Bom lembrar que nenhum dos dois chefões das divisões EAD e SPD teria qualquer obrigação de lidar com os desenvolvedores externos, fora da Nintendo. E também não seriam esses japoneses as pessoas que seriam responsáveis por contactar o sueco Markus “Notch” Persson ou mesmo a Mojang para a Nintendo ter Minecraft em seus consoles, embora em teoria a Big ‘N’ tenha a obrigação de atender quaisquer que sejam os pedidos do Miyamoto e Takahashi.

Uma pena que nenhum desses pedidos fez a Nintendo ser uma das plataformas onde quase 50 milhões de cópias de Minecraft foram vendidas. Assim fica difícil o Wii U enfrentar o PS4, console que receberá o jogo em agosto junto com Xbox One e PS Vita.

Supondo que a Nintendo tivesse alguma versão de Minecraft em seus consoles, ela cobraria mensalidade para manter servidores exclusivos?

Desde maio do ano passado, a Mojang oferece o Minecraft Realms, um serviço que permite que qualquer um que tenha uma cópia do jogo possa ser dono de apenas um servidor oficial de Minecraft para até 20 jogadores convidados. Para ter mais de um Minecraft Realms com bem mais usuários convidados, o interessado deve assinar o Minecraft Premium.

Como a assinatura de um Minecraft Realms é a partir dos US$ 13 mensais, donos de servidores oficiais maiores chegavam a cobrar “por fora” mensalidade dos usuários ou mesmo oferecer outros serviços. Não existe almoço grátis.

Problema: alguns desses servidores oficiais acabaram vendendo soluções pay-to-win, algo que pode estragar a experiência de jogo. Tentando evitar esse tipo de microtransação, a Mojang atualizou a EULA do Minecraft Realms.

Alguns donos de servidores aparentemente não entenderam as novas regras e, óbvio, foram xingar muito no Twitter do Notch dizendo que a Mojang estaria se tornando uma Electronic Arts da vida. Pior ofensa a um indie, sem dúvida. Ele preferiu responder assim por lá:

Já em seu blog pessoal, Markus Persson esclareceu que o Herobrine não existe, ao contrário de Phil Fish nos vlogs, ele não está nem aí para quem queira fazer dinheiro por cima de Minecraft explorando os servidores. Isso desde que tal cobrança não afete a jogabilidade deixando o jogo desigual: todos os jogadores deverão se beneficiar de qualquer atualização no servidor.

Cobrar pelo acesso aos servidores oficiais? Beleza.

Cobrar pelo dinheiro virtual? Não.

Para terminar com a discussão, a Mojang esclareceu que as novas regras são para tentar evitar que os servidores oficiais de Minecraft se tornem pay-to-win.

Mojang → “Odiamos a ideia de que nossos servidores credenciados restrinjam recursos de Minecraft aos jogadores que realmente compraram nosso jogo! Isso seria bastante cruel.”

Fez todo o sentido. Fica a lição: se você vai pagar por servidor particular, sempre esteja bem informado sobre o que você está a pagar. Nem sempre a culpa por um serviço ruim é da editora e/ou desenvolvedora.

Fontes: Polygon*, DailyDot e Eurogamer.

P.S.: foi hilária a resposta do Notch ao Polygon sobre o assunto.

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