Ronaldo Gogoni 10 anos atrás
Convenhamos, os desenvolvedores acharam a galinha dos ovos de ouro quando começaram a explorar o potencial financeiro do formato freemium. Ao invés de cobrar pelo app, é possível oferecer o software gratuitamente e movimentar as finanças internamente, com funcionalidades que podem ou não ser essenciais para o uso pleno do mesmo. Isso também resolve o problema do Android: assolado pela pirataria, os devs preferiam vender seus aplicativos na lojinha de Apple, movimento não tão esperto hoje em dia quando o sistema do Google domina o cenário mobile.
Só que a justiça italiana está de olho nessa farra. Apple, Google, Amazon e a desenvolvedora Gameloft estão sob escrutínio do órgão regulador antitruste do país para determinar se os aplicativos freemium disponíveis em suas lojas (no caso da Gameloft, que ela desenvolve) induzem o consumidor a erro. A acusação está alinhada a uma decisão da União Europeia tomada mais cedo em 2014 de que as lojas digitais deveriam ser obrigadas a reformar as ofertas dos apps, deixando claro quando um app é verdadeira gratuito e quando ele disponibiliza (em alguns casos, exige) compras in-app. Isso se deve ao fato de que os consumidores se deixam enganar pelo anúncio de "grátis" nas lojas online, apenas para descobrirem que precisam abrir a carteira para utilizar a aplicação.
Para a UE, a confusão ameaça a economia mobile do velho continente, que emprega mais de um milhão de pessoas e cujos lucros podem chegar a 63 bilhões de euros em 2018, mais do que o triplo do alcançado no último ano. Se condenadas, as empresas podem receber uma multa de até 5 milhões de euros. Apple, Google e Amazon se recusaram a comentar o assunto, enquanto ninguém da Gameloft respondeu aos apelos do jornal para contar seu lado da história.
Fonte: WSJ.