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Indústria de TVs quer chutar bundas com o 4D

Outro dia, outra tecnologia futurista que juram revolucionará a TV. A bola da vez se chama (sério) chuta-bundas.

10 anos atrás

Thor_Tesseract

Na versão cinematográfica do Universo Marvel o Cubo Cósmico é chamado de Tesseract. Faz sentido. Um objeto tão poderoso não pode estar restrito a 3 dimensões. Em geometria o Tesseract, também conhecido como hipercubo, é um objeto quadridimensional, e o que vemos como um cubo é apenas uma sombra.

Você não vai conseguir visualizar a 4ª Dimensão. Você pode entender, pode racionalizar mas nunca “verá”, nem em sua mente. Não somos equipados para isso. Tentemos: imagine uma linha. Ela só tem uma dimensão. Comprimento. Se eu junto quatro linhas, formo um quadrado. Um objeto bidimensional formado por 4 objetos unidimensionais. Adicionando uma dimensão, temos um cubo, um objeto formato por 6 quadrados, rotacionados no plano tridimensional. Até aqui está fácil, né?

Agora imagine um objeto de 8 lados, sendo que cada lado é… um cubo. Conseguiu? Não? Parabéns, você é normal.

Não pára aí, há modelos da Teoria das Cordas que propõem um Universo com ONZE dimensões.

Se depender dos fabricantes de TV, estão certos.

As TVs hoje sofrem do que chamo de Síndrome do XP. Possuem qualidade mais que aceitável, cumprem admiravelmente sua função e o consumidor não quer trocar seu aparelho por trocar. O Full HD foi o último grande upgrade que deu certo. De lá para cá o 3D foi desesperadamente empurrado como evolução maravilhosa, mas basicamente ninguém deu bola. SmartTVs rodando apps? Ninguém usa.

Uma das alternativas, desenvolvida por uma tal Guitammer Company é um negócio chamado Buttkicker, literalmente Chutador de Bundas (viu? O título não foi gratuito afinal).

O tal chutador de bundas é um dispositivo que você instala no sofá, e através de sons de baixa frequência simula movimentação. É como um subwoofer, mas mais forte e direcionado. No DVD/BD do Star Wars Episódio 1 quando os Jedis usam a Força o subwoofer treme, de forma sutil e elegante. No caso do Buttkicker, bem… veja este vídeo e entenda o ridículo da idéia.

Estão chamando essa tecnologia de… 4D. Também vão tentar instalar em cinemas, trazendo de volta o nada-saudoso modismo dos Anos 80 de parques temáticos.

Outra tecnologia da vez é o 4K e as imagens HDR. Ambas colocam uma enorme pressão nos produtores de conteúdo, que mal conseguiram amortizar os investimentos para produzir em 2K. A falta de entusiasmo com o Blu-ray mostra que tirando cinemaníacos os espectadores estão satisfeitos com a qualidade atual dos equipamentos.

Talvez a grande mudança que convença os espectadores a trocar de TV não seja qualidade de imagem ou perfumarias, mas interface. Eu trocaria na hora minha TV por uma que fosse amiga dos meus gadgets, entendesse meus hábitos, me avisasse se um programa com a Luciana Vendramini está pra começar em um daqueles canais obscuros com + no nome.

Não quero um sofá tremendo, quero ver uma mensagem numa rede social comentando sobre um programa no ar naquele momento, clicar na mensagem e comandar dali a TV para mudar para o tal programa.

A indústria de TV entrou em uma corrida de preços canibalizando sua margem de lucro. Um belo dia descobriram que mesmo baratas ninguém quer trocar de TV a cada 6 meses. Acharão uma saída? Espero que sim, mas não chutando bundas.

Fonte: HR.

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