Carlos Cardoso 30/04/2014 às 9:46
Nos Anos 70 um Disco Rígido com uma etiqueta “Made In Malásia” seria no mínimo uma piada, tão improvável quanto um foguete hoje com plaquinha “Made In Brasil”. Quando a guerra terminou em 1953 a Pior Coréia não era melhor do que a Melhor Coréia é hoje. Os chamados Tigres Asiáticos surgiram de uma decisão unânime que de um futuro melhor dependia de educação ciência e tecnologia.
A Hyundai foi uma das primeiras empresas a construir escolas para os filhos dos funcionários, formando a mão-de-obra qualificada que iria precisar em 15 ou 20 anos. Na 2ª Guerra Mundial a imagem do japonês era uma figura burra, caricata. Hoje o estereótipo é que fora tentáculos o japonês é um povo avançado, altamente inteligente e provavelmente do futuro. Isso foi fruto da educação.
Singapura, que tem um dos melhores indices de educação do mundo, investiu desde os Anos 90 US$ 3,2 bilhões em infraestrutura, tecnologia e treinamento de professores. Isso dá uns 3 Estádios, mas cada um com suas prioridades.
Hoje os EUA passam por uma crise, os Estados montam os próprios currículos e há barbaridades como escolas ensinando criacionismo, em 2014. Lá como cá passar de ano é mais importante do que aprender, como resultado precisam importar cérebros. Há várias iniciativas que promovem STEM — sigla que significa Ciência Tecnologia Engenharia e Matemática — e uma delas passa pela informatização das escolas.
Por mais geek que seja não defendo tecnocracia. Não acho que computadores resolvam alguma coisa em lugares como o Brasil, onde a maior preocupação é se vão conseguir dinheiro pra merenda ou se a professora terá dinheiro para a passagem. Nossas prioridades são outras. Já em países onde a Educação é tratada com um mínimo de dignidade, é viável pensar adiante e nesses casos computadores são sim uma excelente ferramenta.
É aí que entram programas como o ConnectED, que pretende em 5 anos disponibilizar banda larga para 99% dos estudantes nos EUA. Só que pra isso precisam de… computadores. Microsoft, Acer, Asus, Dell, Fujitsu, HP, Lenovo, Panasonic e Toshiba sabem disso e estão se comprometendo a fomentar essa revolução.
A Microsoft vai doar US$ 1 bilhão em licenças de sistemas operacionais e softwares. Os parceiros de hardware entrarão com outra bolada. A idéia é conseguir oferecer a escolas máquinas decentes por menos de US$ 300,00. No pacote a Microsoft também proverá banda larga, treinamento para professores e suporte técnico.
Muitas escolas com parques obsoletos, ou que sequer possuem um laboratório de informática poderão montar uma infraestrutura onde professores complementarão suas aulas com recursos antes inexistentes.
A Apple também tem programas educacionais, a Microsoft mesmo já tinha, mesmo no Brasil universidades e escolas se beneficiam desses projetos, mas a escala mudou completamente. Dará certo? Fará diferença? Descobriremos em 10 ou 15 anos.
Fonte: CNET.