Bruce Dickinson mostra seu lado empreendedor e surpreende público da Campus Party

Bruce Dickinson é mais do que o vocalista da banda inglesa Iron Maiden, ele também é piloto comercial e dono da empresa área Cardiff Aviation, e pela sua trajetória de empreendedor, foi convidado para ser um dos destaques da Campus Party. Ao contrário do último Rock in Rio, Bruce não veio a São Paulo para cantar seus maiores sucessos, e sim para ensinar uma lição bem simples para os campuseiros do Brasil: a criatividade é o melhor caminho para quem quer empreender.

Na plateia da palestra, era fácil reconhecer quem eram os fãs do Iron Maiden, que usavam centenas de camisetas da banda. Com a plateia do palco principal completamente lotada, Bruce Dickinson começou sua apresentação com um simples questionamento: “Vocês estão transformando seus consumidores em fãs? E caso não estejam, por qual motivo não estão fazendo isto?".

“Eu odeio consumidores, pois eles têm uma escolha,” continuou Bruce. “Você não quer que seus consumidores comprem em outro lugar. Quando você transforma seus consumidores em fãs, eles continuam sendo leais a você não importa o que aconteça.”

Bruce acredita que o importante é gerar valor para seus fãs. “Se nós não fizermos novas músicas, seremos apenas uma banda de karaokê. Criando novos discos, nós criamos novos fãs, e apesar de não ganharmos mais praticamente nada gravando, sem as novas músicas, somos um produto vazio, uma casca.”

A busca pela criatividade

O vocalista do Iron Maiden acredita que os seres humanos continuam os mesmos, apesar das grandes mudanças dos últimos anos. “Nós não mudamos, só temos smartphones mais avançados, assim como nossos antepassados não mudaram, só conseguiram carruagens mais rápidas.”

Para Bruce Dickinson, a humanidade não é particularmente eficiente em quase nada, a não ser na socialização. “Não somos muito bons em caçar, se um ser humano encontra um tigre na floresta, quem vence? Mas o que acontece quando nos juntamos e trabalhamos como uma equipe? Conseguimos mandar alguém para a Lua. Nós somos muito bons em sermos sociais, isto nos torna felizes e é o que fazemos de melhor.”

Especulando sobre o que os campuseiros iriam aprender durante esta semana de Campus Party, Bruce acredita que a maior parte do tempo seria gasto com inutilidades e coisas divertidas, mas que isto faz parte. “Não tente aprender cada detalhe de cada seminário, pois isto é impossível. Fique atento para aquela grande ideia, ou várias ótimas ideias.”

Bruce diz que nós somos criaturas emocionais, e que tudo o que fazemos deve ter esta relação. Para ele, criar um aplicativo é muito semelhante a compor uma música, ou ter a inspiração para escrever um livro. E de onde vem esta inspiração? Bruce não sabe, mas diz que para ele, o principal é não ser ganancioso, e sim encontrar diversão no que você está fazendo: “É preciso dar uma chance paras as novas ideias. Na escola, eu nunca prestava muita atenção, pois estava sempre pensando nas minhas ideias.”

Citando Einstein, que dizia que “a imaginação é maior do que o conhecimento”, Bruce diz que você pode encontrar uma pessoa com conhecimento ou um MBA, mas sem imaginação, isto não vale nada. “Com a imaginação, você pode criar mecanismos para que as coisas aconteçam”, completou. É preciso trabalhar muito, ter muita energia, virar várias noites, mas nada disto é possível se você não estiver empolgado com o que está fazendo.

“Tudo o que precisamos pra criar algo realmente brilhante está ao nosso lado, nós só precisamos observar.” Como exemplo prático disto, ele cita a cerveja Trooper, que leva a marca do Iron Maiden no rótulo: “O que as pessoas fazem enquanto ouvem música? Elas bebem cerveja! E o melhor de tudo, é preciso comprar as garrafas, é impossível fazer um download deste produto”