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Quem diria, booth babes mais atrapalham do que ajudam no marketing

Spencer Chan, chefe de marketing do Frontback conduziu uma pesquisa independente e concluiu: utilizar booth babes em eventos não é uma vantagem

10 anos atrás

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Uma tradição antiga em qualquer feira que se preze, seja de games, tecnologia ou da indústria automotiva é o uso das modelos promocionais, as famosas booth babes. Não me entendam mal, não vou bancar o hipócrita pois como homem eu gosto da presença de garotas bonitas nas barracas, mas é um fato que esse emprego é muito questionado não só pelas feministas como profissionais em geral, já que na maioria das vezes elas são apenas um "adereço visual", são poucas as ocasiões em que elas sabem o que estão promovendo e conseguem se sair bem numa conversa mais técnica. A última vez que testemunhei isso foi na BGS 2012, no stand da Nintendo — curiosamente o lugar que continham as booth babes mais elegantemente vestidas da feira: em vez de trajes mínimos ou cosplays, vestidos azuis simples. Afinal, a Big N cria produtos para toda a família.

A CES 2014 não foi diferente. A quantidade de moçoilas promovendo os diversos produtos das fabricantes era a esperada. Apesar de ser uma forma básica de atrair a atenção dos homens para seus stands, segundo um estudo conduzido recentemente essa estratégia não está vencendo — financeiramente falando.

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Spencer Chen, diretor de marketing do app Frontback conduziu testes independentes através de sua própria experiência em feiras, quando ele usava as consultoras de marketing para eventos (o termo oficial) e quando teve uma oportunidade de contar com um promoters próprias não sugeridas pela organização de um evento, e ele empregou senhoras de idade, literalmente vovós. Os resultados vão contra tudo o que tem se pregado: de um modo geral, barracas com booth babes geral um terço do tráfego de pessoas do que uma que não conta com elas. Em termos de negócios quanto mais gente, melhor.

Por quê isso acontece: Chen levantou algumas teorias. Em primeiro lugar a visão de uma mulher lindíssima, ao contrário do que se imagina intimida os transeuntes. Os homens não se sentem confortáveis em puxar conversa (até as garotas reclamam disso), e geralmente os que se aproximam são extremamente auto-confiantes ou aquele tipo de pessoa que você já imaginou.

Segundo, como disse no início do post as garotas não demonstram interesse em aprender sobre o que estão promovendo. As agências não se incomodam em treinar as garotas e despacham as mesmas modelos para eventos de tecnologia que costumam ir em salões de automóveis e similares, onde a única função delas é servir de chamariz. consumidores de tecnologia são curiosos, e quando uma promoter não consegue responder uma pergunta simples a promoção da marca vai por água abaixo.

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Terceiro, os executivos não têm contato com as booth babes pois estarem preocupados com outras coisas. O profissional de marketing deveria cuidar da seleção, treinamento e observar a mostra de perto, ao invés de simplesmente assinar o cheque e deixar ao Deus dará.

Por fim, a qualidade das negociações. Isso faz referência ao primeiro problema, o de atrair apenas gente estranha para as barracas, o que afasta aquele que poderia investir significantemente ou conduzir uma apresentação refinada. Em uma feira voltada para o mercado corporativo isso é um baita problema.

O fato de grandes e pequenas empresas ainda utilizarem booth babes é uma mentalidade de marketing antiga, onde focam menos no produto e mais na apresentação, fazendo o consumidor ou possível investidor se interessar por outros motivos. Embora ainda funcione de certa forma, abandonar a prática em prol de uma melhor performance em feiras ainda parece ser uma possibilidade remota, e nem estamos falando falando da exploração da imagem feminina. Boa parte dos setores de marketing das grandes companhias são geridos por mulheres, para se ter uma ideia. Geralmente o budget do marketing é menor do que o setor de vendas, ao geralmente negociar um valor maior para eventos acabam por ceder às booth babes, que o setor de vendas adora (afinal, são os vendedores que passam o dia inteiro nos estandes com elas).

É improvável que as booth babes sumam mesmo a longo prazo (na China elas são proibidas, alguns eventos já as baniram completamente), mas é interessante ver que a prática utilizada por todo mundo não é tão vantajosa assim.

Fonte: TC.

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