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Apple, Microsoft e BlackBerry dão início à “Guerra Termonuclear” contra Google e Android

Processo contra Google diz que empresa e fabricantes de aparelhos Android violaram sete patentes, incluindo tecnologia referente a anúncios

10 anos atrás

Impossível não reutilizar essa tirinha

Quando ainda estava vivo, Steve Jobs dizia que o Android era um produto roubado e faria de tudo para aniquilá-lo, nem que isso significasse dar início a uma verdadeira guerra. O fato de que com os passar dos anos iOS e o robozinho verde copiaram um ao outro de forma flagrante é apenas um detalhe, quem tem patentes tem o poder, e é isso o que importa.

O problema é que todo mundo tem um ou outro papel apontado para suas cabeças, daí temos acordos de não-agressão entre Microsoft e Apple, ou os negócios mantidos entre Apple e Samsung no que diz respeito a processadores. No quesito interface, elas só faltam se matar. No fim, dinheiro é tudo o que manda.

E uma diferença de 100 milhões de dólares pode se tornar o estopim de um conflito gigantesco. Em 2011 um consórcio chamado Rockstar adquiriu 6.000 patentes da finada Nortel pela quantia de 4,5 bilhões de dólares, 100 milhões a mais do que Mountain View ofereceu. O grupo é constituído por Apple, Microsoft, BlackBerry, Sony e Ericsson. Ontem, dia em que o Google apresentou o Nexus 5 e o Android 4.4 KitKat, a Rockstar entrou com um processo na corte distrital do estado do Texas processando o Google e sete fabricantes: Samsung, LG, ZTE, HTC, Huawei, Asus e Pantech; em suma, praticamente todo o ecossistema Android com exceção da própria Sony, que curiosamente também é uma fabricante de Androids.

A Rockstar diz que Google e parceiros violam sete patentes suas, e uma delas envolve a espinha dorsal de Mountain View: mecanismos do Google Search para relacionar termos pesquisados com anúncios relevantes, o sistema de ads da companhia que responde por mais de 90% de seu capital bruto. As outras patentes dizem respeito à tecnologias de hardware e interface e apontam para os fabricantes.

É difícil dizer o que a Rockstar pretende com isso, exceto pelo sentimento geral da Apple de aniquilar o Android por completo, um objetivo que Jobs deve ter deixado talhado na pedra. O pior é que o Google sabia que essa tempestade atingiria a empresa mais cedo ou mais tarde já que ela tentou comprar as patentes da Nortel, mas a Rockstar levou porque ofereceu mais grana. O CLO e VP do Google David Drummond chegou a dizer que o consórcio queria estrangular o Android, quando na verdade ela não queria dividir o doce e utilizar as patentes contra outros.

Dois anos depois chegamos à atual situação: Google sabe que infringe patentes e será obrigada a abrir as pernas, já que não deve possuir tantas contra medidas. Pior: ela não pode alegar que as patentes não valem nada, pois ofereceu US$ 4,4 bilhões por elas. A justiça tem um termo para isso: venire contra factum proprium, quando o comportamento atual do réu contradiz um anterior. Nenhum juiz vai comprar tal alegação.

No fim das contas, fica a lição para o Google: ninguém é santo. Da próxima vez, ofereça mais dinheiro por patentes que que irão lhe prejudicar no futuro.

Fonte: Ars Technica.

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