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Cientistas descobrem aldeias perdidas na Amazônia

Uma pesquisa descobriu algo que a princípio nem era inesperado: indícios de aldeias e assentamentos na Amazônia, mas a surpresa é que são um monte deles e chegaram a abrigar um milhão de pessoas, em um passado não tão distante.

6 anos atrás

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A gente costuma achar que ninguém quer morar no mato, e que na Amazônia só tem meia-dúzia de índios. É verdade: na floresta floresta você não acha muita gente, pois índio gosta de região plana e descampada pra montar suas aldeias; quem mora em árvore é Ewok, mas presença humana na Amazônia já foi bem maior, como um grupo de cientistas descobriu, graças ao desmatamento.

A área desmatada apresentava marcas curiosas, logo arqueólogos começaram a procurar, e como quem procura acha, um monte de indícios foram encontrados em uma região de 1.800 km ao longo do Rio Tapajós, no sul da Amazônia.

Bancada pela National Geographic e pelo European Research Council project Past, a pesquisa rendeu um paper encabeçado pelo Dr Jonas Gregório de Souza, Doutor em Arqueologia pela University of Exeter (UK) e Mestre em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da Universidade de São Paulo (USP).

As aldeias e construções vão do Alto-Xingu ao Acre, passando pela Bolívia:

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Investigações por fotos e locais encontraram remanescentes de construções de madeira divididas por valas e interligadas por caminhos de terra. Paliçadas cercariam os assentamentos. Fragmentos de cerâmica e solo fértil indicando uma presença agrícola de longa duração também foram achados.

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Não são resquícios de uma civilização em particular, há uma enorme variação entre os estilos de construção e cerâmica entre os vários assentamentos, bem como cronologia. Alguns geoglifos (desenhos no chão) são tão antigos quanto o ano 160, já a maioria das aldeias varia entre 1250 e 1500, o que me leva a concluir que chegou um corvo do litoral avisando “Cabral chegou, corre negada!” e todo mundo se mandou pra Miami.

Talvez a conclusão mais surpreendente seja que segundo os modelos dos cientistas, as construções descobertas indicam que durante um período a população da região chegou a um milhão de pessoas, o que é gente pra caramba, considerando que Manaus, que tem luz elétrica e água encanada em 2017 tem 2 milhões de habitantes.

O paper completo, Pre-Columbian earth-builders settled along the entire southern rim of the Amazon você acha clicando no link.

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