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Sundered — Review

Com um nível de dificuldade bem alto, gráficos belíssimos e conseguindo trazer algumas novidades ao gênero Metroidvania, Sundered é um jogo que todo fã do estilo merece conhecer. leia nossa análise.

6 anos e meio atrás

Durante muito tempo os fãs de Metroidvanias viveram praticamente apenas das duas franquias que deram origem ao gênero. Porém, com a ascensão dos indies mais estúdios passaram a tentar explorar o estilo e o último a fazer isso foi a Thunder Lotus Games. Recentemente eles lançaram o Sundered e felizmente o título não se trata apenas de um rostinho bonito.

Usando alguns elementos da mitologia de H. P. Lovecraft em sua história, no jogo controlamos uma mulher chamada Eshe, que durante uma tempestade de areia acaba chegando a um misterioso templo. Com seu enredo sendo contado apenas em determinadas salas e de maneira pouco clara, no fundo o que acaba nos atraindo no game é a sua jogabilidade e principalmente, sua dificuldade.

Para tentar fugir do lugar comum e fazer do título mais do que apenas outra mistura de Metroid com Castlevania, a Thunder Lotus decidiu adicionar características de outros gêneros ao Sundered. Com isso o jogo conta com uma protagonista que, além de eventualmente receber habilidades que nos permitirá ultrapassar certas barreiras, ainda poderá ter suas estatísticas aperfeiçoadas, evoluindo pontos como resistência, energia ou poder de ataque.

No entanto, a principal adição ao gênero é mesmo a fusão com o estilo conhecido como roguelike. Com boa parte das salas sendo geradas proceduralmente, a sensação de novidade está sempre presente enquanto jogamos o Sundered, fazendo com que nunca saibamos ao certo o que encontraremos adiante. Além disso, existe ainda a possibilidade de nos depararmos com hordas de inimigos, o que acontece com certa frequência e acredite, normalmente elas são capazes de entregar um desafio bem alto.

Como disse antes, o nível de dificuldade presente no Sundered é algo que merece destaque. Exigindo reflexos rápidos, um certo grau de estratégia e até o sangue frio para simplesmente tentarmos fugir de dezenas de inimigos que nos atacarão incansavelmente, o jogo estará sempre nos desafiando. Para piorar, cada vez que morrermos seremos levados de volta a uma região central, tendo que percorrer todo o caminho novamente.

Essa decisão de design poderia ser extremamente frustrante, mas felizmente o mapa é muito bem construído e a partir do momento que você compreender o sistema de atalhos que ele possui, entenderá que a perseverança será recompensada. Aliás, a sensação de passar por um trecho que caímos anteriormente ou de derrotar um poderoso chefe é algo indescritível, digno da época em que os jogos não eram tão fáceis como hoje em dia.

Por outro lado, essa dificuldade elevada faz com que o Sundered não seja um título recomendado a todos. Digo isso porque se você não gosta de repetir diversas vezes a mesma parte de um jogo ou de explorar o cenário apenas para tornar seu personagem mais forte, talvez seja melhor procurar um Metroidvania mais fácil.

Outro ponto que também poderá afastar alguns jogadores são algumas sérias falhas que o jogo possui. Ao menos na sua versão para o PlayStation 4, o Sundered possui telas de carregamento insuportavelmente lentas e como elas aparecerão sempre que morrermos (o que não acontecerá poucas vezes), a quebra no ritmo acaba prejudicando bastante a experiência.

Eu também pude dar de cara com diversos travamentos durante a jogatina, o que acabava me levando de volta para a dashboard do console e como nunca tinha visto isso acontecer em outros games, fiquei bastante surpreso e irritado. Some a isso quedas perceptíveis na taxa de atualização de frames e a certeza que tive é de que o estúdio precisava ter dado um melhor acabamento ao jogo.

Já na sua parte visual o Sundered é um espetáculo. Com os gráficos pintados a mão, a sensação é de estarmos jogando um desenho animado, num trabalho tão ou até mais bonito do que aquele que a Thunder Lotus havia entregado com o Jotun. É verdade que os cenários carecem de um pouco de variação, mas a animação da protagonista é muito boa e os chefes são assustadores.

Pesando os prós e contras, estamos falando de um ótimo jogo de ação/aventura, um que pode não ter vindo para revolucionar o gênero Metroidvania, mas que trouxe novidade interessantes e que acima de tudo, nos fez novamente sentir aquele prazer por conseguirmos passar por uma parte que parecia impossível. Quer dizer, desde que você não acabe atirando o controle na parede antes.

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